A Bovespa se descolou do mercado de ações dos Estados Unidos e fechou nesta quarta-feira (17) em alta de 2,39%, aos 63.194 pontos. O Ibovespa, principal índice, chegou a cair durante a tarde, mas bem menos que o índice nova-iorquino Dow Jones, sua bússola internacional.
O que segurou o índice brasileiro no terreno positivo foi o vencimento dos contratos de índice futuro e de opções sobre Ibovespa. As movimentações por causa desses instrumentos financeiros, concentradas na segunda parte do pregão, inflaram o volume de negócios, que totalizou R$ 15,8 bilhões. Em comparação ontem o volume ficou em R$ 5,3 bilhões.
Nesta tarde, a sessão foi, portanto, de operações apenas financeiras: de olho no preço do índice futuro em reais e na contrapartida dos papéis no mercado à vista, investidores armaram compras e vendas, sem pensar em fundamentos, mas apenas no ganho financeiro da transação.
Em Nova York, o Dow Jones abriu em alta, beneficiado por lucros de empresas no terceiro trimestre melhores do que o previsto. Mais tarde, contudo, o índice caiu quase 1%, com os investidores preocupados com o aumento dos custos de energia para as empresas por causa do preço recorde atingido pelo petróleo em Nova York, de US$ 89 por barril. Mas o petróleo depois cedeu e aliviou a pressão sobre o Dow Jones, que fechou em baixa de 0,15%, segundo dado preliminar.
BC americano
O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulgou nesta quarta-feira seu Livro Bege, sumário das condições econômicas norte-americanas que servirá para a próxima tomada de decisão sobre a taxa de juros do país, no fim do mês. No documento, o Fed aponta para a desaceleração do crescimento econômico e a fraqueza do mercado de moradia.
No varejo, as vendas subiram no final do terceiro trimestre, mas a uma taxa menor do que antes. Os preços, contudo, não sofreram pressão, devido à competitividade do setor. Depois da divulgação do Livro Bege, o mercado aumentou as apostas de que o Fed reduza o juro básico, o que beneficiaria as bolsas de valores.
Inflação
Já o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês), bastante aguardado pelos investidores, não alterou as apostas do mercado. O CPI subiu 0,3% em setembro, contra previsão de alta de 0,2%. Por outro lado, o núcleo do índice, que exclui a variação de preços dos alimentos e energia, avançou 0,2%, em linha com as projeções. Ou seja, nada que impeça um corte nos juros.