Bosch investe R$ 53 milhões para ampliar produção no Paraná

O grupo alemão Bosch investirá neste ano R$ 53 milhões para aumentar a capacidade produtiva da unidade brasileira de sistemas diesel, localizada na Cidade Industrial de Curitiba. Esse valor faz parte dos R$ 160 milhões de investimentos em ativos que a companhia fará nas cinco plantas do País em 2004, com previsão de geração de 300 a 400 novos empregos. Além da fábrica paranaense, há duas em Campinas, uma em São Paulo e outra em Aratu (BA). Os investimentos programados para o cinqüentenário da empresa no Brasil foram anunciados ontem pelo presidente da Robert Bosch América Latina, Edgar Silva Garbade. Também está previsto o aporte de R$ 40 milhões para a ampliação da rede de serviços e R$ 3 milhões em projetos socio-culturais.

A Bosch do Brasil fechou 2003 com faturamento de R$ 2,5 bilhões, com crescimento nominal de 25% sobre o resultado de 2002. “O efeito do câmbio no primeiro semestre representou 10%, por isso o crescimento real foi de 15%”, salientou Garbade. Com os investimentos de R$ 180 milhões realizados ao longo do último ano, as exportações passaram de 35% do faturamento brasileiro, em 2002, para 42%. No mundo, onde possui 236 fábricas e 232 mil empregados, o grupo Bosch registrou faturamento de 36,6 bilhões de euros no ano passado, alta de 4% sobre o ano anterior. No Brasil, a Bosch emprega 9,7 mil empregados, sendo 3,6 mil em Curitiba, onde é a maior empregadora do setor privado.

Força nas exportações

Para 2004, Garbade projeta um crescimento de 20% nas vendas, sustentado pelo aumento nas exportações. “O Brasil passou por altos e baixos, mas nunca deixamos de investir no País. Uma das soluções é ampliar as exportações, já que no mercado interno se espera um crescimento de 3 a 4% este ano”, avalia o presidente da Robert Bosch América Latina. Boa parte do incremento nas vendas externas vem da planta curitibana, que em 2003 exportou mais da metade da produção, principalmente para Estados Unidos, Europa e China. Com isso, respondeu por 32% do faturamento da Bosch do Brasil. Neste ano, a unidade projeta um crescimento de 10% nas vendas, segundo o vice-presidente da Divisão de Sistemas Diesel Bosch, Ronaldo Reimer.

A produção na fábrica de Curitiba se expandiu com a instalação das novas linhas de sistemas de injeção eletrônica, necessários para atender a legislação brasileira que regulamenta a emissão de gases de escape. “Com a resolução Conama 5 (que entrou em vigor em janeiro e equivale à Euro-3), 60% da frota diesel do Brasil terá que utilizar motores eletrônicos em 2005 e 100% em 2006. A tendência é que os sistemas UP e Common Rail cresçam e os sistemas convencionais baixem”, explica Reimer.

Desde meados de 2002, começou a fabricação da bomba Unit-Pump (UP) e do injetor do Sistema Common Rail. No ano passado, começou a transferência da produção de UP de Kentwood, nos EUA, para Curitiba, que passou a ser a maior fabricante de componentes para este sistema de injeção eletrônica diesel. Os investimentos nessa linha, que serão concluídos em abril, somam R$ 66 milhões. O acréscimo na produção visa atender os mercados americano e europeu. De acordo com Reimer, a projeção é fabricar mais de um milhão de bombas UP em 2004, contra 500 mil no ano passado.

A linha de bicos injetores para sistemas diesel receberá um novo produto (2200 bar), destinado ao mercado norte-americano de motores médios e pesados. Com isso, a produção de bicos injetores deve aumentar de 8 milhões, no último ano, para 10 milhões, informa Reimer. A unidade de Curitiba fabrica ainda bombas em linha, bombas rotativas e porta-injetores. Em decorrência do aumento na produção, o vice-presidente estima abertura de cem postos de trabalho na unidade paranense em 2004.

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