Bolsa cede, mas fluxo e Nova Iorque podem inverter direção

Nada mais natural que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) realize lucros nesta terça, depois de ter registrado ontem o 37º recorde do ano, chegando aos 62.340 pontos, o que representa um ganho de 40% no ano. Às 10h12 (horário de Brasília), o Ibovespa cedia 0,51%, a 62.021 pontos.

Porém, se os investidores estrangeiros continuarem injetando dinheiro no mercado local e se as bolsas no exterior mantiveram o tom positivo deste início do dia, é bem provável que a Bovespa absorva esse movimento de realização de lucros e inverta a direção dos negócios.

"A Bolsa pode ter realizações de lucros no meio do caminho, mas tendem a ser absorvidas pelo fluxo financeiro", afirma o diretor da Ágora corretora, Álvaro Bandeira. Segundo estudos gráficos, diz ele, o Ibovespa tem espaço para ir até os 64 mil ou 65 mil pontos. Bandeira diz que os investidores já estão começando a olhar para o ano que vem. "Não tem tanto significado saber onde a Bolsa estará no dia 31 de dezembro. Agora, é preciso estudar as variáveis econômicas para dimensionar o que será de 2008", afirma.

A agenda tranqüila esta terça-feira, tanto nos EUA como aqui, pode contribuir para mais um dia de otimismo generalizado. O destaque nos EUA é a divulgação, às 11 horas, das vendas pendentes de imóveis em agosto. Há uma certa expectativa ainda com a divulgação das vendas de automóveis em setembro ao longo do dia.

O ambiente segue favorável, com os investidores animados com anúncios de operações de aquisições pelo TD Bank, terceira maior instituição cedente de crédito do Canadá, e pelo Citigroup, que completou a aquisição da corretora Nikko Cordial Corp, por cerca de US$ 4,6 bilhões em ações

Os índices futuros de Nova Iorque operam em leve alta, indicando que o Dow Jones pode continuar registrando marcas inéditas. Segunda, o Dow Jones fechou em nível recorde, superando o patamar dos 14 mil pontos e encerrando o dia aos 14.087,55 pontos. Na Europa, a alta das bolsas é puxada pelos papéis do setor financeiro e pelo resultado positivo da gigante supermercadista Tesco.

As ações da Vale, que tem comandado o show de alta da Bovespa, podem perder um pouco de força hoje, acompanhando o movimento das commodities metálicas, cujos contratos são negociados em baixa em Londres esta manhã, diante da perspectiva do vencimento de opções esta semana (vencimento da data de validade dos contratos, na qual o detentor da opção tem o direito de compra ou venda de um ativo a um preço predeterminado), ao mesmo tempo que a recuperação do dólar pesa sobre os preços. Na segunda, os papéis preferenciais classe A da Vale dispararam 6,5% e as ações ordinárias subiram 5,89%.

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