Bolsa, aplicação mais rentável em agosto

Com valorização de 6,35%, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) liderou o ranking de aplicações financeiras em agosto. Apesar de registrar o segundo melhor desempenho desde fevereiro, quando o ganho foi de 10,3%, as ações ainda acumulam queda de 23,53% no ano. O CDI fechou em 1,45%, enquanto a média dos CDBs foi 1,36%, totalizando altas de 11,90% e 10,70%, respectivamente, em 2002.

Fundos DI registraram ganhos ao redor de 1,42%, enquanto os fundos de renda fixa agressivos chegaram a render 1,60%. A poupança rendeu 0,75% no último mês e 5,82% de janeiro a agosto.

O dólar comercial – que liderou o ranking nos últimos quatro meses – caiu 13,26% no mês passado, cotado a R$ 3,01 na sexta-feira, porém apresenta incremento de 29,97% em 2002. Já o dólar paralelo recuou 5,23% em agosto. O ouro também encerrou o mês com queda (-11,17%), mas mesmo assim apresenta a maior valorização do ano (44,19%).

Perspectivas

O mercado projeta um cenário mais tranqüilo para setembro. “A expectativa é que a Bolsa suba mais um pouco e o dólar trabalhe abaixo de R$ 3 – entre R$ 2,90 e R$ 2,95. O mercado aposta em corte de 0,25 na taxa de juros na próxima reunião do Copom”, destaca Ricardo Moraes Filho, diretor da Spirit Corretora de Valores, ressaltando que o quadro em outubro tende a ser mais tenso por causa das eleições. “Como o risco-Brasil caiu bastante e os títulos da dívida estão sendo negociados a taxas melhores, os fatores internos são positivos em curto prazo”, considera.

O C-Bond, título da dívida externa brasileira que baliza o risco Brasil subiu 19,95% em agosto, mas mesmo assim recuou 19,06% no ano. Já o risco-país brasileiro caiu 1,9% para 1.633 pontos, mantendo a quinta posição no ranking mundial atrás do Equador, Uruguai, Nigéria e Argentina. “Quem for desmontar posições, fará no final de setembro”, diz Moraes.

No cenário internacional, os olhos do mercado estão atentos para um possível ataque dos EUA ao Iraque, que provocaria alterações no preço do barril de petróleo e equilíbrio nas cotações do dólar e euro, e voltados aos números da economia americana. “Se esse cenário recessivo dos EUA se estender por um bom período, teremos uma recuperação um pouco mais lenta da nossa economia”.

Onde investir

Diante dessa conjuntura, a recomendação da Spirit aos investidores conservadores é manter posição nos fundos DI. Para os clientes mais arrojados, a orientação dos analistas é concentrar em aplicações na Bolsa com prazo de pelo menos seis meses. “Existe espaço para alta de 10% nas ações até o final do ano”, estima Moraes. “Os clientes devem procurar a Bolsa devido à queda dos papéis nesse ano e à boa perspectiva de lucros. O momento é adequado para montar uma boa carteira de dividendos”, pondera. Entre as ações recomendadas, o diretor da Spirit indica Souza Cruz, Copene, Itausa, Sabesp, Vale do Rio Doce e Gerdau.

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