O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) reduziu suas projeções de crescimento para a economia do Reino Unido, mas sinalizou que se mantém na trajetória para começar a elevar a taxa básica de juros – da mínima histórica de 0,5% em que se encontra – em meados do ano que vem.
Em relatório trimestral de inflação publicado hoje, o BoE prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) britânico crescerá 2,5% em 2015, 2,6% em 2016 e 2,4% em 2017. Em fevereiro, o BC inglês projetava expansão de 2,9% neste e no próximo ano e de 2,7% em 2017.
Segundo o BoE, o cenário menos otimista reflete fatores que incluem a recente valorização da libra, a desaceleração do mercado imobiliário e a produtividade fraca. O BC inglês também citou os riscos associados a um eventual fracasso da Grécia em negociações com credores internacionais sobre o programa de ajuda a Atenas.
As novas previsões do BoE vieram menos de uma semana depois das eleições gerais do Reino Unido, em que os britânicos deram maioria aos conservadores no Parlamento, garantindo a reeleição do primeiro-ministro David Cameron. A condução da economia britânica foi plataforma central da campanha eleitoral de Cameron.
Bancos centrais mundiais têm lidado com crescimento hesitante e inflação contida. Nos EUA, a expectativa é que o Federal Reserve comece a elevar os juros básicos em algum momento deste ano. Já o Banco Central Europeu (BCE) iniciou em março um agressivo programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) numa tentativa de reavivar a economia da zona do euro e levar a inflação para sua meta, que é de taxa ligeiramente abaixo de 2%.
Apesar da visão de crescimento menor mais adiante, o BoE prevê que a inflação britânica voltará para sua meta de 2% no início de 2017, desde que as taxas de juros do Reino Unido subam em linha com as expectativas nos mercados financeiros.
Os investidores acreditam que o BoE começará a elevar seu juro básico em meados de 2016, segundo taxas overnight citadas no relatório do BC inglês.
A última leitura de inflação do Reino Unido ficou estável, após a queda nos preços do petróleo, mas o BoE prevê que a alta dos preços ganhará força até o fim do ano.
O presidente do BoE, Carney, disse hoje que o comitê de política monetária da instituição está pronto para agir, caso “riscos positivos ou negativos se concretizem”, e repetiu que os futuros aumentos de juros provavelmente serão mais lentos e constantes do que no passado, devido às dificuldades persistentes causadas pela recessão global de 2009. Fonte: Dow Jones Newswires.