O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu que o setor privado e o mercado de capitais ampliem a oferta de crédito para as empresas investirem em modernização e aumento de produção, neste momento em que o País colhe os resultados da estabilização da economia.
Segundo o economista, o horizonte econômico alongou-se e o setor empresarial precisa ver o futuro dentro de uma estratégia em que o investimento seja o foco principal dos negócios. O BNDES, segundo ele, não deixará de participar deste processo, mas o fará sintonizado com o mercado de capitais e o sistema de crédito. "Espero que o crédito privado ajude na consolidação desse processo de crescimento com estabilidade. A consolidação depende da sustentação das empresas privadas e do mercado de capitais", afirmou em seu discurso durante o evento Destaque Agência Estado Empresas, em São Paulo, elaborado em parceria com a Economática.
O presidente do BNDES disse que a demanda por novos recursos do banco está, nesta primeira metade do ano, 80% acima da verificada no mesmo período do ano passado. De acordo com ele, o investimento vem subindo em todas as cadeias produtivas. Ele destacou os grandes projetos de mineração, siderurgia, papel e celulose e ressaltou que há uma forte onda de investimentos em pequenas centrais hidrelétricas e em usinas de açúcar e álcool, além de um ciclo de investimentos que começa a ganhar musculatura em setores de consumo.
O economista ressaltou que não há riscos de gargalo de oferta que possam pressionar os preços. E lembrou que, de qualquer forma, a importação complementa a oferta local para evitar pressões inflacionárias.