Bird: salários reduzem concorrência da indústria no País

O vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto, disse nesta segunda-feira, 26, que é difícil para a indústria o Brasil concorrer com países asiáticos no mercado internacional, dada a forte diferença entre as práticas salariais desses países. “O fator Ásia, com países vindo de baixo e com outras normas e aspirações de salários, torna, se não impossível, muito difícil imaginar que um país como o Brasil, com essa cultura e norma de salários, seja capaz de competir com os países de fronteira de renda baixa e como Vietnã, Camboja”, disse Canuto durante Seminário Indústria e Desenvolvimento Produtivo do Brasil, que a Escola de Economia em São Paulo (EESP) e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), ambos da Fundação Getulio Vargas (FGV), organizam hoje e na terça-feira, 27.

Estes países, de acordo com o vice-presidente do Banco Mundial, estão conseguindo fazer a transição dos baixos salários pagos a seus trabalhadores para o desenvolvimento de seu parque industrial. No Brasil, ao contrário, percebe-se uma redução do parque industrial, segundo Canuto.

“Isso quer dizer que essa desindustrialização precoce brasileira é interminável?”, questiona o vice-presidente do Banco Mundial. Ele mesmo responde que não. Segundo Canuto, o desempenho da indústria depende de fundamentos domésticos, que no momento não têm ajudado e têm afetado o setor industrial.

Por isso, neste aspecto, ele diz concordar com o diretor da EESP, Yoshiaki Nakano, que defende a saída da atual matriz macroeconômica, composta por juros câmbio apreciado, juros altos e política fiscal expansionista.

“Um tema que também não é muito ‘sexy’ no Brasil é o custo para se fazer negócios. O custo para se fazer negócio no nosso País é um dos piores do mundo”, apontou Canuto. E esses altos custos para fazer negócios têm afetado entre outras coisas, de acordo ele, a capacidade de concorrência da indústria brasileira.

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