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BCE diz que Europa não deve aliviar regras para dívida

Os líderes europeus não devem aliviar as regras para dívida soberana da Europa, afirmou neste sábado (21) Benoit Coeure, membro do Conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.

“O pacto de Estabilidade e de Crescimento (PEC) não deve ser prolongado até o ponto em que perde sua credibilidade”, disse Coeure. Segundo ele, dado o elevado nível de dívida no continente este não é o momento de recuar esforços para a consolidação europeia.

O apelo é direcionado principalmente ao presidente francês François Hollande, que sugeriu diversas vezes que os países suavizassem as regras do Tratado de Maastricht.

O tratado, assinado em 1992, além de estabeler a criação da União Europeia e a do euro, regulamenta as regras do PEC. Hollande deve se reunir neste sábado, em Paris, com líderes dos partidos social-democratas da Europa, incluindo o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel.

Eles esperam pressionar a chanceler alemã, Angela Merkel, a fazer concessão em assuntos relacionados à economia da zona do euro, o que preocupa alguns analistas.

“Nós devemos suavizar regras, mas de nenhuma maneira o Pacto de Estabilidade e Crescimento. Isso seria um veneno para a recuperação econômica da Europa”, avaliou o presidente do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica, Marcel Fratzscher.

O presidente do Centro de Pesquisa Econômica Europeia, Clemens Fuest, também chama atenção para um “processo de insolvência credível para os países da zona do euro”. Segundo o especialista, cada país pode aumentar sua dívida, se quiser, mas “não à custa dos contribuintes de outros países”.