BCE alerta que atividade econômica será frágil no euro

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, alertou hoje que a atividade econômica na zona do euro será “frágil” no futuro próximo e que a recuperação será “muito gradual”.

Em pronunciamento no Parlamento Europeu, Draghi avisou que há o risco de essas perspectivas piorarem devido às “tensões em vários mercados financeiros da zona do euro”.

Para ele, a zona do euro está assentando as bases da estabilidade para o futuro aplicando cortes no Orçamento, que considerou a única alternativa para enfrentar a crise de confiança na região.

Mesmo assim, considera que as reformas são necessárias para levar ao caminho do crescimento, apesar de “dolorosas”.

“Sou plenamente consciente dos efeitos do processo de ajuste nos cidadãos, especialmente nos que perderam seu trabalho ou estão em risco”, apontou.
Ele ainda se mostrou convencido de que os países mais fragilizados pela crise, como Grécia, Espanha, Itália, Portugal e Irlanda, sairão reforçados das dificuldades econômicas.

Compra de títulos

Draghi defendeu o novo programa de compra de títulos do BCE, definido no mês passado e elaborado para as economias em crise. O líder da instituição acredita que a iniciativa fornecerá uma barreira para evitar cenários destrutivos no bloco da moeda única.

A iniciativa foi aprovada em meio a rumores no mercado financeiro de que a Espanha venha a ser um dos próximos país a pedir ajuda financeira à União Europeia e entrou em vigor na segunda.

Sobre os bancos, disse que o BCE precisará de um ano para adaptar as estruturas e ser capaz de supervisionar as instituições. Ele se mostrou favorável à criação de uma agência única para todos os bancos da zona do euro.

Em relação à Grécia, considerou que o país fez avanços significativos na aplicação das reformas econômicas, mas ainda precisa tomar mais medidas para garantir os objetivos do resgate financeiro.

A entrevista de Draghi acontece um dia depois de o FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgar que a economia da zona do euro encolherá 0,4% este ano e crescerá 0,2% em 2013. Ambos os números foram rebaixados em relação às estimativas anteriores.