BC vê perspectiva favorável para próximos trimestres

O Banco Central considera que a moderação da atividade no trimestre finalizado em novembro se manifesta nas trajetórias do índice de atividade do BC (IBC-Br) regionais. Ainda assim, o BC acredita que as perspectivas para a atividade são favoráveis nos próximos trimestres.

De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira pelo banco, em seu Boletim Regional, o vigor do mercado de trabalho, as projeções relacionadas à produção agropecuária, a melhoria do ambiente externo e o impacto das medidas de política adotadas recentemente corroboram essa visão de melhora nos próximos trimestres. Mas até novembro o IBC-Br de três meses mostrava aumento de 0,5%, vindo de 1,5% do trimestre anterior. “O arrefecimento no ritmo de atividade em âmbito nacional reflete dinâmica similar em todas as regiões”, diz o BC.

No Sul, a variação do indicador IBC-Br passou de 3,8% para -0,8%, no trimestre encerrado em novembro. No Sudeste, caiu de 0,9% para -0,2%. No Centro-Oeste, passou de 0,4% para -0,7%. No Nordeste, recuou de 1,3% para 1,2%. No Norte, foi de 0,7% para 0,1%. Na quarta-feira (20), o BC já divulgou o IBC-Br de dezembro, com expansão de 0,26% no mês sobre mês anterior.

Inflação

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, voltou a enfatizar que a missão do BC é assegurar o poder de compra da moeda e o sistema financeiro sólido e eficiente. Segundo ele, a experiência internacional e a teoria econômica apontam inflação baixa e estável com condição para crescimento. “Inflação baixa leva a menor prêmio, maior horizonte de planejamento, mais investimento e crescimento” diz. “Inflação é imposto regressivo.” Ainda de acordo com o diretor, o regime de metas se consolidou e comprovou ser o mais adequado ao Brasil e ao ambiente externo, cujos choques têm sido mais frequentes e intensos.

A inflação tende a mostrar resistência no primeiro semestre, com recuo apenas na segunda metade do ano, segundo Hamilton. A demanda doméstica, diz ele, ainda é robusta, como mostram os números “expressivos” do comércio varejista. Há ainda uma estreita margem no mercado de trabalho, apesar de certo recuo em base mensal. Ele disse ainda que as evidências sugerem moderação e em alguns casos reversão de pressões de preços de commodities agrícolas.

Com relação à atividade, Hamilton fala em um ritmo mais intenso, com crescimento de 3,3% no acumulado de doze meses até o terceiro trimestre. O crédito deve avançar 14% com moderação no segmento ao consumo. O setor de serviços tem crescido bem nos últimos anos e as perspectivas são de continuidade. Além disso, diminuiu a probabilidade de ocorrência de eventos extremos no exterior.

Política fiscal

A política fiscal em 2012 foi mais expansionista do que o esperado pelo BC, diz Hamilton. O diretor do BC chegou a citar que o superávit primário para este ano deve ser de R$ 155,9 bilhões, conforme previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Mas evitou fazer qualquer menção à redução da meta para 2013 ou eventuais abatimentos já anunciados pelo Ministério da Fazenda. Ele lembrou também que, no ano passado, o crescimento da oferta foi em torno de 1%, segundo estimativa do próprio BC.