BC prevê que País vai crescer menos

Brasília

(AG) – O Banco Central estima que o país vai crescer menos este ano e também terá menos inflação. A estimativa da autoridade monetária de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano caiu de 2,2% para 1,5%. A previsão faz parte do relatório de inflação de junho, divulgado ontem.

No documento, o BC reduz a projeção de inflação para 2003 de 10,8% para 10,2%. Para 2004, a estimativa para o IPCA subiu de 4,1% para 4,2%.

O cenário básico levado em conta pelo BC pressupõe manutenção do juro básico em 26% até o final de 2004. A taxa de câmbio da véspera da reunião do Copom, sempre tomada pelo BC para tais projeções, era de R$ 2,85.

Apesar de ter sido reduzida, a estimativa para inflação ainda supera a meta ajustada de 8,5% adotada para este ano. Em 2004, a projeção é inferior à meta central definida de 5,5%.

Mercado

O Banco Central (BC) cita no relatório que seus números são diferentes das projeções do mercado financeiro. No cenário previsto para juros e câmbio pelo mercado, o PIB pode crescer 1,8%. Na véspera da reunião do Copom de junho, o mercado trabalhava com a taxa de câmbio a R$ 3,21 para o último trimestre de 2003 e de R$ 3,51 para 2004. Os bancos também projetavam Selic de 21,8% para 2003 e 16,8% para 2004. No relatório dessa semana, as projeções de inflação do mercado caíram mais uma vez.

O relatório diz que “a retomada da expansão do nível de atividade econômica nos próximos meses e sua intensidade estão condicionados à consolidação da evolução favorável de indicadores internos, em particular do arrefecimento da inflação e da recuperação das expectativas”.

Meta ambiciosa

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Ilan Goldfajn, admitiu ontem que o BC já está “olhando para frente” com relação à inflação. No entanto, segundo ele, o BC não abandonou a meta ajustada de 8,5% para 2003.

“O BC está sempre olhando o futuro, não pode batalhar o passado”, afirmou Goldfajn, referindo-se ao fato de que o primeiro trimestre deste ano contaminou a inflação de 2003. Na avaliação do diretor, se o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) tivesse ficado como o esperado no primeiro trimestre, a inflação projetada para o ano estaria em 8,5%.

O diretor explicou que o BC trabalha, não só com a projeção de 2003, mas olhando a trajetória da inflação daqui para frente. “Não é impossível os 8,5% (de inflação para 2003), mas é uma meta ambiciosa”, afirmou.

Goldfajn reconheceu ainda que futuras decisões do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa de juros Selic têm pouca influência sobre a inflação deste ano.

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