BC mantém greve por tempo indeterminado

Brasília – Numa concorrida assembléia, os funcionários do Banco Central (BC) de Brasília decidiram ontem manter, por tempo indeterminado, a greve iniciada no último dia 3. Contribuiu para a decisão a notícia que o governo concordou em conceder um reajuste salarial de aproximadamente 9% aos servidores da Polícia Federal ainda neste ano. ?Nós também queremos ter algum aumento neste ano?, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), David Falcão.

Nas negociações com os funcionários do BC, o governo insistiu que não poderia conceder nenhum reajuste salarial neste ano, alegando até a necessidade de preservar recursos para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Por este motivo, o aumento salarial, que viria na forma de equiparação salarial dos servidores do BC com os funcionários do grupo de gestão do serviço público, ocorreria apenas em janeiro do próximo ano e de 2009. ?A proposta já estava aceita até que veio a notícia do aumento da PF. Com estes reajustes, temos mesmo é que manter a greve?, disse um participante da assembléia.

Em função da paralisação, o BC parou de divulgar os dados diários das reservas internacionais. A última informação disponível ainda é relativa ao dia 2 de maio, quando as reservas estavam em US$ 122,289 bilhões.

Além disso, a greve impediu a divulgação na semana passada dos números do primeiro levantamento parcial do fluxo cambial de maio. A paralisação também impediu a divulgação do boletim mensal sobre as contas externas brasileiras, referente ao mês de abril. É nessa nota que o Departamento Econômico (Depec) do BC informa o resultado da conta corrente do balanço de pagamentos do País e o fluxo de investimento estrangeiro direto.

Sem a suspensão da greve, é possível que a divulgação de outras duas notas prevista para a próxima semana acabe não ocorrendo. São elas: o comportamento do mercado de crédito bancário e o resultado das contas do setor público no mês de abril. ?Enquanto tiver greve, não vai ter nenhuma nota. Vocês (da imprensa) vão ficar sem trabalho?, disse uma participante da assembléia. Na segunda-feira, os servidores do BC farão nova assembléia às 15h para discutir os rumos do movimento.

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