BC espera que relação entre dívida e PIB seja a melhor desde 1998

Brasília – O Banco Central (BC) espera que a relação entre dívida e o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, feche o ano em 43,5%. A projeção anterior do BC era fechar o ano com uma dívida de 44% do PIB.

Se a expectativa do BC se confirmar, será o melhor resultado desde dezembro de 1998, quando essa relação foi de 38,9%. Em 1999, a relação estava em 44,5% e subiu nos anos seguintes até chegar a 52,4 %, em 2003 e começou a cair no ano seguinte, chegando a 2006 em 44,7%.

Quando menor a relação entre dívida e PIB, maior é a confiança dos investidores brasileiros e estrangeiros de que o país vai honrar seus compromissos.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, o que tem contribuído para a redução da relação entre dívida e PIB é a redução dos juros, o crescimento da economia e o maior superávit primário – a economia que o governo faz para pagar juros da dívida.

Segundo dados do BC divulgados hoje (28), em novembro a relação dívida PIB ficou em 42,6%, o que equivale a R$ 1,127 trilhão.

Altamir Lopes ressaltou que o importante não é só manter a dívida em um patamar mais baixo, mas alcançar a tendência de redução da relação dívida com o PIB. ?Chegamos a um patamar considerado razoável, mas essa tendência de queda mantida mostra sustentabilidade do endividamento, quer dizer o risco dessa dívida se reduz de maneira significativa?.

Segundo Lopes, para que a projeção de 43,5% se concretize é preciso que a meta de superávit primário para o ano, de R$ 95,9 bilhões seja alcançada e isso já está praticamente assegurado com o resultado de novembro (R$ 6,817 bilhões) e o acumulado do ano (R$ 113,387 bilhões).

?Esse resultado foi bastante positivo. Isso abre uma margem considerável no que diz respeito ao cumprimento da meta. São R$ 17 bilhões de possibilidade de déficit para dezembro para que se atinja o cumprimento da meta?.

Lopes reforçou que, mesmo com o resultado esperado para dezembro, que é tradicionalmente deficitário e com acúmulo muito grande de investimentos, o governo trabalha com o cumprimento da meta. Ele acrescentou que a expectativa é fechar o ano com déficit nominal (receitas menos despesas, incluídos gastos com juros) de 2,6% do PIB.

?A expectativa é de continuidade da redução desse déficit nominal de forma que em 2010, 2011 tenhamos esse resultado equilibrado [déficit nominal zero]?, disse. Nos 11 meses do ano, o déficit nominal chegou a 1,46% do PIB ou R$ 33,907 bilhões.

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