Banco Mundial ampliará ajuda a emergentes

O Banco Mundial anunciou nesta terça-feira (11) planos para aumentar a assistência para países em desenvolvimento e companhias desses mercados em mais de US$ 100 bilhões ao longo dos próximos anos, na medida que os efeitos da crise financeira continuam a se espalhar pelo mundo.

Além de novos compromissos de até US$ 100 bilhões do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird) – parte do Banco Mundial que faz empréstimos para os países em desenvolvimento – para ajudar os países em desenvolvimento, o banco também busca gerar financiamentos de cerca de US$ 35 bilhões ao longo dos próximos três anos para o setor privado dos mercados emergentes por meio da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês). O IFC é uma filial do Banco Mundial encarregada das operações com o setor privado.

O Banco Mundial anunciou os movimentos enquanto alerta que a crise financeira está tirando uma porção maior do que se esperava do crescimento mundial, uma vez que as economias avançadas provavelmente vão se contrair no próximo ano e o mundo em desenvolvimento ficará sob crescente pressão externa.

A previsão de crescimento global para 2008 foi reduzida para 2,6%, de uma estimativa anterior em junho de 2,7%, enquanto a estimativa de 2009 foi cortada de uma expansão de 3% para 1%. Ainda se espera que os países em desenvolvimento tenham um crescimento de 6,5% este ano, mas a projeção para 2009 foi reduzida para 4,5%, de 6,4% em junho.

“Virtualmente nenhum país escapou”, disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, em entrevista à imprensa. “Diante das condições, precisamos de uma resposta global, coordenada, flexível e rápida para esta crise”, acrescentou.

G-20

Zoellick minimizou as expectativas para o encontro de emergência dos líderes do G-20 (grupo formado por grandes economias desenvolvidas e emergentes), em Washington, neste fim de semana sobre a turbulência financeira, dizendo que o evento não vai gerar “todas as respostas”, mas pode resultar em alguns bons pontos de partida.

Ele exortou os líderes a continuarem a trabalhar para assegurar que às nações em desenvolvimento sejam dadas mais voz no sistema financeiro global. Zoellick disse que os países mais pobres não podem ser ignorados. “Se vamos trabalhar para construir um sistema global mais inclusivo e sustentável, então, os países em desenvolvimento devem ter algo a dizer neste processo”, disse. “Seria, portanto, um erro de proporções históricas se países desenvolvidos implantarem políticas, estruturas e normas que destruam ou excluam os interesses dos países em desenvolvimento.”