Banco alemão rebaixa títulos do Brasil

O banco alemão Deutsche rebaixou sua recomendação para os títulos da dívida externa do Brasil. Ou seja, a instituição sugeriu a seus clientes que reduzam os investimentos nos papéis do País. A recomendação anterior do banco era “overweight”, isto é, aplicar recursos acima da média do mercado. Agora, a nova recomendação é de “neutral”, ou seja, em linha com a média do mercado.

Em relatório distribuído ontem, o Deutsche atribuiu o rebaixamento, que também atingiu o Equador, ao maior risco de uma “correção” para baixo nos preços dos títulos da dívida externa de países emergentes, após a divulgação na sexta-feira passada de uma criação de novos postos de trabalho nos EUA em outubro bem acima do esperado.

Ou seja, como a economia americana está gerando mais emprego, há a percepção de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) acelere o ritmo de alta dos juros para inibir a inflação, o que tende a reduzir o fluxo de capital para ativos de países emergentes provocando a desvalorização dos seus papéis.

O Deutsche deixou claro, em seu relatório, que o rebaixamento não tem nenhuma relação com fatores internos do País. O comportamento dos títulos brasileiros se constitui, segundo o banco, na principal referência do mercado de títulos da dívida dos emergentes.

Para o Deutsche, o mercado deverá provavelmente aguardar a confirmação das pressões inflacionárias nos EUA antes de promover uma rodada forte de vendas de papéis de países emergentes. O banco cita que, em duas semanas, saem dados de inflação nos EUA (CPI e PPI) e que esses números estão ganhando cada vez mais relevância para o mercado.

O Deutsche manteve a recomendação de “overweight” para os títulos da Rússia e da Venezuela, justificando que esse papéis possuem uma correlação menor com o mercado, e suas economias sofrem menos com a alta dos preços do petróleo, já que estão entre os maiores produtores do mundo.

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