Bancários do Banco do Brasil fazem manifestação

Integrantes do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana aproveitaram a visita do presidente do Banco do Brasil, Cassio Casseb, à capital paranaense para realizar uma manifestação por melhores condições de trabalho e salários. O movimento contou com o apoio de alguns funcionários do banco.

Durante a manhã, Cassio proferiu uma palestra sobre as estratégias do Banco do Brasil no Estado no auditório da Fundação de Estudos Socias do Paraná (Fesp). No saguão do auditório, foi recebido por manifestantes com faixas e por um rapaz que, representando uma estátua viva, lembrava a administração do antigo presidente do banco, Paulo César Ximenes. Este ocupou a presidência entre os anos de 1995 e 1997 e é considerado responsável pela demissão de cerca de 40 mil trabalhadores.

Segundo a presidente do sindicato, Marisa Stédile, atualmente o Banco do Brasil emprega cerca de 4 mil trabalhadores no Paraná. De 1994 até 2002, o valor do salário presente na folha de pagamento destes trabalhadores representa uma curva decrescente de 13%. Isto significa que eles estão com um arrocho salarial de oito anos.

Junto com funcionários de outros bancos presentes no Estado, os contratados pelo Banco do Brasil lutam por um reajuste de 18%, correspondente à inflação acumulada nos últimos doze meses. “Estávamos pedindo reajuste de 21,58%, mas reduzimos este percentual para 18%. Não estamos conseguindo entrar em acordo com os bancos, que estão querendo oferecer um reajuste de apenas 10%”, disse Marisa. Os bancos também incluíram na proposta um abono de R$ 1.320,00, que não foi aceito pelos bancários por não vir a ser definitivamente incorporado aos salários.

Cassio Casseb recebeu das mãos dos integrantes do sindicato uma carta pedindo para que ele trabalhe em favor dos bancários junto ao governo federal. “Cassio afirmou a nós que não vai recompor os salários dos trabalhadores do Banco do Brasil e que não pretende aplicar às folhas de pagamento o índice que deve ser negociado, na próxima segunda-feira, entre representantes do sindicato e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Ele citou possíveis aumentos no auxílio alimentação, criação de bolsa educação e pagamento de um abono salarial, mas não falou em valores. Ficamos bastante decepcionados, pois os funcionários do Banco do Brasil estão passando por dificuldades e necessitam de reajuste”, contou Marisa.

A reportagem de O Estado não conseguiu conversar com Cassio para confirmar as informações.

HSBC

Há algumas semanas, o banco HSBC entrou na Justiça com um interdito proibitório contra o Sindicato dos Bancários. Devido a isso, ficou estabelecido que a entidade terá que pagar uma multa de cerca de R$ 50 mil por dia caso venha a realizar manifestações a menos de cinqüenta metros das agências do banco.

A proibição não coibiu os integrantes do sindicato que ontem, por volta das sete da manhã, realizaram uma manifestação, também por melhores condições salariais, em frente ao HSBC da Rua XV de Novembro, em Curitiba. O sindicato pretende recorrer do interdito, mas sua presidente pode vir a ser chamada a prestar explicações à Justiça.

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