Bancários ameaçam deflagrar nova paralisação nacional

Uma nova greve nacional dos bancários pode ser deflagrada a partir de amanhã. A decisão será tomada hoje, durante assembléias que acontecem em vários pontos do País. Em Curitiba, a categoria se reúne a partir das 18h30 na Rua Piquiri, 380, no bairro Rebouças.

A ameaça de greve por tempo indeterminado é uma resposta dos bancários à falta de acordo com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Na última sexta-feira, durante a sexta rodada de negociação, os bancos ofereceram reajuste salarial de 5,2%. A categoria, que reivindica aumento de 10,3% – reposição da inflação mais aumento real de 5,5% -, rejeitou a proposta.

O secretário de finanças do Sindicato dos Bancários da Grande Curitiba e membro do Comando Nacional dos Bancários, Otávio Dias, estava ontem em São Paulo. Segundo ele, poderia haver nova rodada de negociação com a Fenaban, porém não houve confirmação até o final da tarde.

Além do reajuste de 10,3%, a categoria reivindica Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de dois salários mais R$ 3,5 mil fixos. Pede, ainda, a criação do piso salarial de R$ 1.628,24 (hoje é de R$ 869,33) para escriturário, R$ 2.128,24 para caixa, R$ 2.768,00 para comissionado e R$ 3.582,13 para gerente. Também reivindica auxílio cesta-alimentação e auxílio-creche no valor de R$ 380,00, e vale-refeição de R$ 15,32 – reajustado pelo índice. A pauta de reivindicações é nacional e unificada.

Os bancários questionam principalmente o alto lucro dos bancos. Segundo levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o lucro líquido dos dez maiores bancos do País aumentou 516,4% entre 2000 e 2006, passando de R$ 4,6 bilhões para R$ 28,5 bilhões. Nesse mesmo período, as despesas com pessoal cresceram apenas 71,6%.

Paralisação

Na última sexta-feira, agências bancárias de vários pontos do País não abriram as portas. O protesto era uma advertência para a greve geral. Na Grande Curitiba, a estimativa é que a paralisação tenha contado com a participação de aproximadamente 8 mil bancários e atingido cerca de 80 agências. No interior do Estado, também houve paralisação da categoria. No Paraná, há cerca de 25,6 mil bancários – aproximadamente 15,7 mil apenas na Grande Curitiba. São 1.270 agências bancárias em todo o Estado. 

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