Balança comercial brasileira ainda não reflete a crise

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou nesta quarta-feira (1º) que a crise internacional ainda não teve reflexos nos dados da balança comercial brasileira. Ele admitiu, no entanto, que a valorização do dólar nos últimos dias, se mantida poderá reduzir as importações nos últimos meses do ano. “O aumento do dólar cria restrições para o consumo não só de bens importados, mas também para o turismo”, disse. Mas ele acredita que a queda nas compras não deve ser muito relevante.

No acumulado de janeiro a setembro, as importações de bens de capital (máquinas e equipamentos) cresceram 50% em relação ao mesmo período de 2007, e de matérias-primas e intermediários, 46 5%. As compras de bens de consumo aumentaram 47% no mesmo período, e de combustíveis e lubrificantes, 78,2%.

Do lado das exportações, Barral destacou que o Brasil tem conseguido manter a expansão das vendas para os Estados Unidos, mesmo com a crise financeira naquele mercado. Em setembro, o Brasil exportou US$ 3,1 bilhões para o mercado norte-americano, o que representa uma alta de 20,4% em relação a setembro de 2007. A expansão foi puxada pela venda de um módulo para plataforma no valor de US$ 862 milhões.

Para a União Européia, o crescimento das vendas foi de apenas 1 4%. Mas, segundo Barral, a expansão foi pequena porque, em setembro de 2007, houve uma exportação de módulo para plataforma no valor de US$ 556 milhões, o que ampliou a base de comparação. Para a China, as exportações brasileiras cresceram 53,9% ante setembro de 2007.

O secretário avaliou que a queda nos preços das commodities nas últimas semanas também não foi sentida nas exportações. Segundo ele, uma das explicações é a vigência dos contratos fechados antes desse movimento de queda. “Quero refutar algumas notícias e palpites alarmistas do efeito da queda dos preços das commodities e do petróleo nas nossas exportações”, disse. Segundo ele, o principal efeito de preço é no petróleo, que sofreu uma queda de 25,8% entre as vendas da última semana de setembro e as vendas de agosto.