A procura por euro nas casas de câmbio de Curitiba é crescente, a ponto de haver até lista de espera em alguns locais. Na Transcorp Câmbio Express, que atende cerca de 60% do mercado de turismo da capital, a demanda pela moeda única da Comunidade Européia dobrou em junho e julho, em relação aos meses anteriores. Como o euro anda escasso, é preciso pagar ágio. Ontem, a moeda era vendida a R$ 2,94, quando pela cotação oficial (paridade de 1,01 com o dólar) o preço deveria ser R$ 2,90.
“O euro está bem procurado. Tivemos dificuldade em atender todos os clientes que procuram. Em função da grande procura, a moeda chegou a ter um pequeno ágio”, relata Gerhard Fuchs, diretor da Transcorp. Ele atribui esse crescimento a três motivos: a maior aceitação do euro, as viagens para o exterior nas férias e a valorização frente ao dólar. “Está ocorrendo um aumento gradativo desde a implantação do euro, em janeiro. Já passou o momento de desconfiança, a cultura de que viajar com o dólar era melhor está acabando, e o euro já se tornou familiar nas casas de câmbio”, pondera.
Fuchs ressalta que a partir da alta do euro, o público percebeu que se trata de uma moeda forte. “Esse tipo de notícia influencia o comportamento de quem tenciona comprar uma moeda”, reforça. A tendência, segundo ele, é continuar crescendo a procura pela moeda européia. “Os organismos internacionais percebem o enfraquecimento dos EUA, com dívida alta e escândalos das empresas, enquanto a Europa está mais organizada, contendo gastos. Isso tende a valorizar mais o euro”, comenta Fuchs.
“É uma vantagem inegável poder usar a mesma moeda em vários países, sem o incômodo de tempo e da taxa de câmbio para ficar trocando em casas de câmbio e hotéis”. Embora a maior parte desse movimento em direção ao euro seja de turistas, há também quem compre a moeda como investimento, informam os operadores de turismo.
Espera
“A procura está maior que a demanda. Essa situação vem num crescente desde que o euro foi implantado”, confirma Milton Benner Junior, operador da Sigla Câmbio e Turismo. “A época de viagem aquece bastante e não tem muita moeda na praça, já que a compra depende de quem retorna de viagem”, observa. Em relação a junho, a Sigla registra neste mês um incremento em torno de 40% na procura pelo euro. “Como não conseguimos atender todo mundo, tem até fila de espera. Ligamos para os clientes à medida que vamos conseguindo a moeda”, relata Benner. Na avaliação dele, a moeda única de doze países europeus já chegou forte. “O pessoal fica até espantando quando informamos que o euro está valendo mais que o dólar”, destaca.
Na agência de câmbio do Banco do Brasil na praça Tiradentes, o aumento de venda do euro é gradativo. Segundo o banco, não há uma corrida para comprar, mas a moeda vem ganhando terreno. O Banco do Brasil atende muitos executivos de empresas que viajam para o exterior.