Ata do Copom explica redução da Selic

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu reduzir a taxa Selic em sua última reunião para 26% ao ano porque a manutenção dos juros em 26,5% poderia fazer o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2004 ficar acima da meta de 5,5%. A projeção consta da ata da reunião do Copom, divulgada ontem pelo Banco Central.

De acordo com o documento, “a velocidade de queda da inflação mensal tem sido menor que a esperada”. No entanto, a apreciação do câmbio tem contribuído para reduzir a pressão de custo sobre a inflação.

O Copom também avaliou as projeções e expectativas dos analistas do mercado financeiro para a inflação nos próximos 12 meses. Segundo pesquisa semanal feita pelo BC, a estimativa está perto de 7%, “próximo à trajetória das metas 12 meses à frente”. A projeção de inflação do Copom, de acordo com o documento do BC, para o mesmo período, está abaixo de 7%.

Apesar disso, o Copom avaliou que “ainda há riscos na concretização de uma trajetória de inflação consistente com a trajetória das metas, particularmente no que diz respeito à sua velocidade de queda”. Mas, há indícios, de acordo com a ata, de que o grau de persistência inflacionária esteja retornando à média histórica.

“À luz dos resultados recentes obtidos no controle de inflação, o Copom entende que a política monetária deve continuar a se orientar de forma a garantir que a desaceleração recente da inflação seja sustentável”, diz a ata.

A decisão de reduzir a taxa para 26% ao ano foi unânime e o Copom volta a se reunir nos dias 22 e 23 de julho para avaliar novamente a taxa de juros Selic.

Reajustes

A recente apreciação cambial levou o Copom a reduzir as projeções de aumento dos preços administrados por contrato e monitorados (tarifas públicas e preços monitorados como a gasolina) em 2003.

De acordo com a ata da última reunião do Copom, divulgada ontem, a estimativa de aumento do conjunto desses preços caiu de 14,9% para 14,1%. Para 2004, a previsão é de que esses preços tenham inflação de 8,9%.

A nova estimativa para aumento desses preços neste ano ocorreu em praticamente todas as tarifas controladas e monitoradas pelo governo.

Para os preços da gasolina, o Copom reduziu a projeção de aumento no ano de 6% para 5,3%. As estimativas para os reajustes do gás de botijão em 2003 caíram de 4,5% para 2,4%. De acordo com a ata, as projeções para o ano já incluem os reajustes ocorridos até o momento.

Além da gasolina e do gás de botijão, a apreciação cambial e a nova estimativa dos IGPs (Índice Geral de Preços), os reajustes de tarifa de energia elétrica foram revistos, passando de 23,7% para 23%. A projeção para aumento dos preços de telefone fixo neste ano é de 19%.

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