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Apex investirá R$ 3 milhões para estimular exportações no Paraná

Um total de R$ 3 milhões será investido até o final do ano no Paraná por intermédio do Programa de Extensão Industrial Exportadora (Peiex), promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O programa, iniciado há dois anos em dez estados do País, incluindo o Paraná, visa preparar empresas de todos os portes e áreas para estarem aptas a competir no mercado internacional, por meio da promoção da cultura exportadora. Das mais de 1,2 mil empresas do Paraná que já passaram pelo programa, 5% já expandiram seus ramos de atuação para outros mercados além do Brasil.

O sucesso motivou a Fundação Araucária a renovar o convênio com o programa, o que deve ampliar em 20% os recursos destinados a essa iniciativa. Com isso, estima-se que até o final do ano o programa deva atender 192 empresas de cada uma das três cidades alcançadas pelo programa no Paraná: Curitiba, Londrina e Maringá.

Anderson Tozato/O Estado
Tiago Terra: interesse em ampliar parcerias.

 

Segundo o gerente nacional do Peiex, Tiago Terra, que esteve em Curitiba nesta quinta (31) para anunciar o terceiro ano do programa no Estado, as cidades foram escolhidas por apresentarem um parque industrial consolidado e bastante diversificado. “Há outras cidades no Estado com esses polos industriais bem estruturados, como Ponta Grossa e Cascavel, porém os recursos destinados ao programa limitam o alcance”, justificou Terra. De acordo com o coordenador do Peiex, por enquanto a Apex não foi procurada pelo governo estadual para ampliar o projeto, visto que a internacionalização do Paraná é uma das prioridades anunciadas pelo governador Beto Richa. “É de nosso interesse aumentar as parcerias para atender outras cidades, mas confesso que nem sabia dessa ação”, revelou.

Anderson Tozato/O Estado

Cristiane Ribas: ganho de eficiência muito relevante.

 

Mesmo nas cidades que contam com o programa, a demanda não é atendida em sua plenitude. “No final de 2010, a lista de espera fechou o ano com 107 empresas. Acreditamos que neste ano, em abril a agenda de atendimentos já não possua mais vagas, pois já cadastramos 130 negócios”, avisa a coordenadora do Peiex, em Curitiba, Cristiane Domingues Ribas. Em média, do início da varredura na empresa atendida até o diagnóstico, leva-se quatro meses de trabalho. “Já encontramos empresas com mais de mil funcionários e em um grau de maturidade muito primário no que se refere ao conhecimento de ferramentas e produtos que facilitam o ingresso no mercado internacional. O tempo de quatro meses, em alguns casos, é até pequeno tamanha a carência de preparação para as exportações. Por isso, algumas empresas voltam a se cadastrar no programa a fim de atingirem um bom nível para estarem apatas a exportarem”, explica Cristiane.

 

Ela destaca que essa preocupação em instaurar a cultura exportadora na empresa é altamente vantajosa para o negócio. “Nosso foco é deixar a empresa preparada, mas não significa necessariamente que ela irá exportar. Contudo, essas mudanças nos processos internos a levam a um ganho de eficiência muito relevante”, acrescenta.

PAC defasado

 Na avaliação do coordenador nacional do Peiex, o empresário paranaense ainda possui muito receio em ingressar no mercado internacional. Duas varáveis são determinantes na resistência dos empresários: falta de conhecimento sobre como proceder para exportar e precariedade na infraestrutura do País. “O primeiro entrave é suprido com o programa, porém todos os nossos gargalos logísticos acabam afastando muitos empresários da busca por outros mercados. As obras propostas pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estão atrasadas há 20 anos”, critica.  “Os empresários que exportam se esmeram para cumprir prazos e ao mesmo tempo desviar de tantos problemas na infraestrutura do nosso País. Porém, não dá para desistir. Diversificar os mercados, ao invés de contar com um, é a melhor forma de não ficar vulnerável a ponto de quebrar em uma crise”, recomenda Terra.