Apesar da preocupação, setor turístico nega crise

A crise econômica e, mais recentemente, a ameaça da gripe suína, são motivos de preocupação, mas não de desânimo para o setor de turismo. Empresários da área vêm conseguindo driblar as dificuldades focando mais nas viagens dentro do País, enquanto aguardam um dólar mais estável e o vírus H1N1 mais controlado.

Uma mostra do otimismo das empresas do segmento está acontecendo em Curitiba, até hoje, durante o 15.º Salão Paranaense de Turismo, promovido pela Associação Brasileira das Agências de Viagens do Paraná (Abav-PR).

“Ninguém está imune à crise, mas o Brasil está em uma situação melhor que boa parte dos países. A alta do dólar segurou o turismo no exterior, mas as pessoas migraram para o turismo interno, que aumentou 15%”, afirma o presidente da Abav-PR, Antônio de Azevedo.

A taxa a que ele se refere é o crescimento nas vendas de pacotes turísticos nacionais no primeiro bimestre de 2009, em relação ao mesmo período de 2008 – ano em que o setor gerou receita de US$ 39 bilhões e movimentou cerca de US$ 88 bilhões, segundo o Conselho Mundial de Viagem e Turismo (WTTC, na sigla em inglês).

O presidente da Abav nacional, Carlos Alberto Ferreira, tem visão semelhante, e vê como positivas medidas como a da Caixa Econômica Federal, que lançou, na semana passada, uma linha de financiamento para o turismo nacional, com crédito de até R$ 10 mil por pessoa – que pode ser estendida, no futuro, a viagens internacionais -, e até as reduções de impostos em outros produtos, promovidas pelo governo federal. Para a Abav, os financiamentos devem aumentar em 5% as viagens dentro do País.

Ferreira acredita, porém, que ainda não é possível medir com precisão os efeitos da crise sobre o segmento. “A crise começou em setembro, quando a maior parte dos pacotes para alta temporada já tinham sido vendidos. E, em março, a baixa na procura é sempre normal”, afirma. Por outro lado, ele diz que as vendas vêm acontecendo, apesar dos turistas estarem mais cuidadosos na hora de decidir viajar.

Gripe

Ambos os dirigentes veem a gripe suína com preocupação, mas não acreditam que a ameaça permaneça por muito tempo. Azevedo lembra que apenas viagens ao México foram canceladas ou adiadas.

Segundo ele, turistas que pretendem ir aos Estados Unidos estão mais apreensivos, mas não têm tomado decisões definitivas. Já viagens à Europa estão acontecendo “sem problemas”, esclarece.

Para Ferreira, apesar da doença ainda não estar controlada, a “paranoia” das pessoas já é menor e, após o controle do vírus, promoções podem ajudar a levar os turistas de volta ao México.

Serviço

O evento, exclusivo para profissionais do setor, acontece até hoje no Estação Embratel Convention Center. São 300 expositores brasileiros e estrangeiros, que têm a expectativa de movimentar cerca de R$ 150 milhões, em negociações que serão concretizadas no decorrer do ano.