Apesar da alta do petróleo, Petrobras volta descartar aumento nos combustíveis

Rio de Janeiro – O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, voltou a descartar nesta sexta-feira (26) a possibilidade de que a estatal reajuste os preços dos derivados do petróleo para compensar a nova alta recorde no preço do barril do petróleo no mercado externo ? que fechou a semana acima dos US$ 90.

Gabrielli afirmou que a política de preços adotada pela Petrobras leva em conta os preços do petróleo no longo prazo e que, portanto, não está sujeita às oscilações da cotação do barril no curto prazo no mercado externo. Apesar de o preço dos combustíveis ser liberado nos postos de gasolina, a Petrobras ainda controla o preço nas refinarias.

"Há quatro anos e meio, nossa política é manter a relação entre os preços brasileiros e internacionais somente no longo prazo. Não vamos traduzir, no mercado brasileiro, as flutuações de curto prazo que ocorrem no mercado internacional?, destacou o presidente da Petrobras. ?A última vez em que aumentamos os preços [do diesel e da gasolina] foi em 2005.?

Apesar de não acompanhar diretamente a cotação do petróleo, Gabrielli disse que a política adotada pela Petrobras não compromete a capacidade de financiamento da companhia. Segundo ele, isso ocorre porque o dólar abaixo de R$ 2 barateia as importações do produto e impede a alta dos preços no mercado doméstico. ?Na medida em que a moeda brasileira se aprecia em relação ao dólar, o custo do petróleo em reais não se altera?, explicou.

Gabrielli ressaltou que essa política não é exclusividade da Petrobras. ?Em nenhum lugar do mundo, a indústria do petróleo trabalha com variações de curto prazo. Ninguém faz projetos de investimentos, como os das plataformas, que levam de quatro a cinco anos para entrar em produção e mais outros para descobrir o petróleo, pensando na variação do preço de ontem para hoje?, afirmou.

As declarações de Gabrielli foram dadas em entrevista concedida ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita ao centro de pesquisas da estatal na Ilha do Fundão, subúrbio do Rio de Janeiro. Lula foi conhecer a primeira unidade-piloto de produção de bioetanol, combustível feito de rejeitos como bagaço de cana com a mesma qualidade do etanol produzido diretamente da cana-de-açúcar.

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