ANP descobre nova adulteração do álcool hidratado

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) identificou um novo tipo de adulteração no Brasil: a adição de metanol ao álcool hidratado. A reguladora não tem estimado o número de postos e distribuidoras irregulares que estão atuando nesta área e já foram autuadas, mas informou que vai fazer um cerco em parceria com a Secretaria da Fazenda de São Paulo e Polícia Federal para autuar os criminosos.

Apesar de não atuar diretamente na regulação deste combustível – que é proveniente da madeira e está submetido à cadeia petroquímica – a ANP tomou para si a responsabilidade sobre esta adulteração.

“É um combustível que ao ser adicionado em poucas proporções ao etanol pode tornar o mesmo fatal ao ser ingerido por engano em mangueiras clandestinas de transferência de combustível, ou mesmo em contato com a pele”, alertou Alan Kardec, diretor da agência.

Ele destacou que a alta dos preços do etanol nos últimos meses favoreceu a prática, já que o litro do metanol sai por R$ 0,63 enquanto o do álcool hidratado sai por R$ 1,10 por litro.

“Chegamos a registrar casos em que havia 97% de metanol em um litro identificado como de etanol”, frisou o diretor. Ele não descarta a possibilidade de o metanol ser adicionado também à gasolina, embora ainda não tenham sido encontrados casos como este.

Segundo Kardec, o metanol que está servindo para adulteração vem tanto de importação como de fabricação local destinada à petroquímica. Ainda não há cálculos sobre o volume de metanol comercializado clandestinamente no País.

Marco regulatório

O diretor da ANP disse esta tarde que está em fase de finalização o marco regulatório dos biocombustíveis no Brasil. Segundo ele, há a intenção da agência de expandir a mistura de biodiesel para até 20% do litro de óleo diesel para regiões específicas, mas sem prazo predefinido.

Kardec informou que quem está tratando do assunto é o Ministério de Minas e Energia e a Casa Civil. “Mesmo sendo um ano de eleições, acreditamos que seja possível votar e implementar o novo marco regulatório ainda este ano”.

Voltar ao topo