Ano Novo terá gasolina, gás e diesel mais caros

O preço da gasolina ficará mais caro a partir da zero hora de domingo, dia 29. O reajuste, anunciado ontem pela Petrobras, será de 12,8% na refinaria e deve chegar a 9,5% para o consumidor. A alta dos preços, segundo a estatal, é decorrente das variações dos preços do petróleo no mercado internacional, que têm se mostrado bastante pressionados nas últimas semanas devido à tensão provocada pela greve geral na Venezuela, que já dura quatro semanas.

Esse aumento é o último do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e já considera as cobranças de impostos como Cide e PIS/Cofins. Em 2002, o preço da gasolina foi elevado outras cinco vezes.

A última revisão dos preços foi feita no dia 29 de novembro, quando a Petrobras anunciou uma queda de 1,6% -começou a vigorar no dia 1 de dezembro. O último aumento foi anunciado em 1.º de novembro e foi de 12,09%.

A alta divulgada ontem pela Petrobras também atingiu o preço do gás de cozinha (botijão de 13 Kg), que terá aumento de 7,7% na refinaria. Para o consumidor, a expectativa é de alta de 4,9%. O GLP industrial será elevado em 6,7%.

O aumento também afeta o valor do óleo diesel, que subirá 11,3% na refinaria, chegando a 9,5% para o consumidor; da querosene de aviação (14,8%); da Nafta (19,4%) e o óleo combustível (+14,4%). No caso da querosene e da Nafta, os reajustes ocorrem sempre nos dias 1º de cada mês, conforme contrato acertado entre as empresas e a Petrobras.

Copom

Anteontem, o Copom (Comitê de Política Monetária) informou, por meia da ata da reunião da semana passada, que a expectativa é que o preço da gasolina caia 3,8% no próximo – isso se o governo não aumentar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).

Cide

Um dos primeiros atos de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República deverá ser um decreto para manter a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) cobrada sobre o litro da gasolina em R$ 0,50.

Não é intenção do governo Lula aumentar a Cide para R$ 0,86 em 1.º de janeiro.

Gasolina vai a R$ 2,15 em Curitiba

Olavo Pesch

O reajuste médio de 9,5% no preço de bomba da gasolina significará um impacto de R$ 0,185 a R$ 0,20 por litro nos postos de Curitiba e Região Metropolitana, segundo cálculos do Sindicombustíveis/PR (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná). O preço médio do combustível na capital passará dos atuais R$ 1,95 para R$ 2,15. Nos postos que vendem a gasolina a R$ 1,899, o valor saltará para R$ 2,09, de acordo com a entidade representativa dos donos de postos. “Isso se o Estado não mexer a pauta do ICMS para mais de 9,5%”, ressaltou o presidente do Sindicombustíveis/PR, Roberto Fregonese. Atualmente, a alíquota de 26% do imposto incide sobre a base de cálculo de R$ 2,0698.

“A última redução anunciada pela Petrobras foi ridícula, não deu meio centavo de reflexo ao consumidor, mas agora o aumento representa muito dinheiro”, destaca Fregonese. Ao encher um tanque de 40 litros, a diferença entre o preço atual e o reajustado chega a R$ 10. Para completar o tanque com o litro a R$ 1,899 – encontrado em boa parte dos postos de Curitiba, o gasto seria R$ 76. Com a gasolina a R$ 2,15, será preciso desembolsar R$ 86. Para os postos, o custo de compra da gasolina das distribuidoras passará de R$ 1,75 para R$ 1,95. Já o diesel terá um incremento de R$ 0,14 por litro, passando da média de R$ 1,40 para R$ 1,54 na bomba, pelas contas do Sindicombustíveis/PR.

Ontem, os postos não conseguiram fazer novos pedidos às distribuidoras. “Não consegui comprar um litro a mais do que tinha programado”, relatou Fregonese. Com a corrida dos motoristas aos postos antes do aumento, é possível que falte combustível no final de semana, já que a reposição do estoque só virá na segunda-feira. Apesar das projeções de preços feitas ontem, Fregonese acredita que só a partir do dia 2 os preços estejam ajustados.

De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), a elevação da gasolina terá impacto de 0,35% na inflação do curitibano (IPCA) de janeiro. Com o novo aumento, o combustível acumulará 24% de aumento em um ano – o dobro da inflação. Em dezembro do ano passado, o litro custava R$ 1,68 na capital paranaense.

GLP

No Paraná, o gás de cozinha aumentará cerca de 15%, quase o dobro do reajuste na refinaria anunciado pela Petrobras. As companhias distribuidoras alegam que este é o percentual de defasagem em relação ao preço internacional do produto. Na Grande Curitiba, o bujão de 13 quilos de gás de cozinha (GLP) deve subir da média de R$ 26 para R$ 30, com variações de R$ 3 para mais ou para menos, informou o presidente do Sinregas (Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná), Stelios Chomatas. No Estado, ele estima que o preço médio do GLP passará de R$ 27 para R$ 31. Já o gás industrial de 45 quilos passará de R$ 120 para R$ 130, com variações de R$ 10 para cima e para baixo. “Ainda esperamos o subsídio que o governo de transição prometeu”, frisou Chomatas.

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