Anfavea pede estímulos à exportação de manufaturados

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, pediu hoje a criação de medidas de estímulo à exportação de produtos manufaturados por parte do governo federal. Em entrevista coletiva concedida após a divulgação dos números do setor, Belini afirmou que a valorização do real é algo “muito preocupante” na avaliação do setor e que pode afetar o volume das exportações de veículos para alguns mercados a partir de 2011.

“Assim como na crise de 2008, quando o Brasil foi muito rápido e criou medidas emergenciais para salvar o mercado interno, está na hora de o Brasil criar medidas emergenciais para estimular a exportação de manufaturados. Nós estamos indo muito bem na exportação de commodities e da agroindústria, mas está no momento exato de criarmos medidas emergenciais para estimular a exportação de manufaturados”, afirmou. Belini não esclareceu que tipo de ações são pleiteadas pela indústria nesse momento. “Isso é algo a se estudar”, disse, negando que já tenha ocorrido alguma reunião com membros do governo Lula para tratar do assunto. “Eu entendo que a política industrial deverá nortear o mix de produtos que nós vamos produzir no Brasil.”

A previsão da Anfavea é que a participação de veículos importados nas vendas internas em 2011 atinja 20%, podendo chegar a até 21% ou 22%. Em 2005, segundo a entidade, essa fatia correspondia a 5% do total de vendas. Também de acordo com a Anfavea, de janeiro a outubro deste ano, a balança comercial do setor automotivo ficou deficitária em US$ 5 bilhões, com exportações de US$ 16,3 bilhões e importações de US$ 21,2 bilhões. Em 2009, o déficit foi de US$ 3 bilhões.

Para 2011, a Anfavea prevê queda na quantidade de veículos exportados, mas uma elevação no volume financeiro exportado. Para os veículos montados, a queda nas exportações deve ser de 5%, para 485 mil unidades. Considerando veículos montados e desmontados, a diminuição deve ser de 6,4%, para 730 mil unidades. A exportação de máquinas agrícolas deve cair 7,8%, para 17,8 mil unidades. Em volume financeiro, as exportações totais devem subir 2,3%, para US$ 13,1 bilhões.

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