Análise sobre queda no emprego é simplista

O delegado regional do Trabalho, Geraldo Serathiuk, afirmou que a análise da queda do emprego industrial no Paraná está deixando de levar em conta o fato de que o emprego industrial migrou para o setor de serviços, em razão da terceirização de linhas de produção dentro das indústrias. E como o setor de serviços é medido a parte, as análises do emprego industrial, que não levam em conta o crescimento do setor de serviço, é simplista.

Serathiuk afirma que durante os oito anos do governo passado, o Paraná abriu apenas 37 mil novos postos de trabalho. Já este governo gerou, até julho, 334.298. Destes, 105.247 no setor da indústria da transformação e 101.598 no setor de serviços. ?Por isso o discurso da queda do emprego industrial é limitado e muito parecido quando se gritava contra a queda do emprego na agricultura, que perdia espaço para a indústria?, diz Serathiuk. Agora, continua ele, os serviços assumem a proeminência, o que não significa o fim do emprego industrial.

A indústria continua crescendo, mas com um ritmo menor do que a atividade de serviços. De acordo com o delegado do Trabalho, os empregos formais da indústria representam 23% do total de empregos e o setor de serviços já chega a 30%. ?Por isso temos que entender que as mudanças no setor produtivo, fruto da elevação da produtividade, inovação tecnológica, qualificação dos trabalhadores, diminuição dos preços dos produtos, do sistema de gestão da empresa, dos custos de transação com a diminuição da carga tributária e ampliação do crédito, devem ser levados em conta ao analisar esta mudança no perfil da geração do emprego, abandonando as analises simplistas?, enfatiza.

Afinal, fala Serathiuk, a mudança para uma sociedade de serviços melhora a vida da população, e isso é fruto do desenvolvimento científico. ?Usar o discurso da desaceleração da indústria para atacar juros, cambio e abertura econômica, sem entender melhor as mudanças nos processos produtivos ou querer voltar ao nacional-desenvolvimentismo da substituição das importações, não ajuda em nada na construção de um mercado de trabalho melhor?, destaca.

É preciso refletir, comenta o delegado, que agora a sociedade precisa caminhar para sair de uma economia dependente exportadora de produtos primários, para uma economia que agregue valor para a sociedade e setor público, gerando empregos de qualidade com melhor renda, fruto do conhecimento. Afinal, durante o governo passado, a educação profissional foi deixada de lado e, em contrapartida, o ensino superior privado recebeu incentivos, mas não gerou empregos, sacrificando milhares de famílias que investiram em seus filhos esperando que fossem inseridos no mercado de trabalho. ?Lamentavelmente, foram enganados. Eram apenas fábricas de diplomas. Precisamos corrigir mais este erro?, concluiu Serathiuk. (DRT)

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