Análise de solo vai mudar no Paraná

Agrônomos e produtores devem ficar atentos. A partir de janeiro de 2007, os laboratórios do Paraná passarão a exibir em seus laudos o teor de matéria orgânica, e não mais a fração carbono, como é feito atualmente. A informação é do químico Mário Miyazawa, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e diretor-executivo da Comissão Estadual de Laboratórios de Análises Agronômicas (Cela), órgão que define procedimentos técnicos e faz o controle de qualidade nos laboratórios públicos e privados, do Estado.

Do ponto de vista prático, a mudança vai até facilitar a vida dos agrônomos, diz Miyazawa. Atualmente, chega-se ao teor de matéria orgânica no solo por meio de cálculos. ?A nova apresentação dispensa cálculos, o laudo vai trazer o total de matéria orgânica já pronto, em g/dm3?, explica o pesquisador.

A mudança tem razões ambientais. De acordo com o pesquisador, os laboratórios utilizam dicromato de potássio para determinação dos componentes orgânicos do solo. ?É um reagente que contém cromo, um metal altamente poluente?, explica Miyazawa. No Paraná são feitas cerca de 200 mil análises de solo por ano, o que consome cerca de cem quilos do reagente e produz em torno de 400 quilos de resíduos tóxicos.

O problema é a destinação dos resíduos, pois a legislação impede que eles sejam lançados no ambiente. Segundo Miyazawa, a opção dos laboratórios tem sido o acondicionamento em tambores. ?Alguns tentam recuperar o cromo por meio de novos tratamentos químicos, mas é um procedimento caro e pouco compensador?, avalia.

Para contornar a dificuldade, os laboratórios paranaenses decidiram adotar outra metodologia denominada pelos técnicos de ?método de incineração?, que não gera resíduos tóxicos e, curiosamente, era a prática utilizada até a década de 50, quando foi abandonada ?porque apresentava problemas operacionais, agora superados graças ao avanço da tecnologia?, explica Miyazawa.

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