Amec alerta para perdas com processos de acionistas estrangeiros da Petrobras

O vice-presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), entidade que representa os acionistas minoritários, André Gordon, disse que ainda não é conhecido o potencial do pleito na Justiça dos acionistas estrangeiros que pedem ressarcimento em relação às perdas sofridas por conta do caso de corrupção envolvendo a companhia que levou a uma forte desvalorização dos preços das ações da petrolífera. “Nossa empresa foi aviltada, é uma vítima e pertence ao patrimônio público. Agora, se indenizar os lesados, a empresa perde duas vezes”, disse Gordon.

Em relação a eventuais processos no Brasil, ele disse que a Amec não se envolve nessas questões judiciais. “Mas eu mesmo, como gestor, cheguei a ser consultado (por acionistas com interesse na ação judicial). Mas é algo complicado, seria necessário acionar um grande investidor que ancore a ação; é algo que a Amec não se envolve”, disse.

O vice-presidente da entidade disse ainda que não acredita que a consequência dessas ações que tramitam na Justiça nos Estados Unidos será o fim da negociação de papéis da Petrobras na Bolsa de Nova York. “Não acredito que vai chegar a esse ponto. Há bom senso”, destacou.

“A Petrobras tem ativos de boa qualidade, tem capacidade de geração de caixa”, disse Gordon, destacando, por outro lado que o tamanho da dívida da companhia deve ter sofrido um salto, também por conta do efeito cambial, com a forte desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar.

Baixa contábil

O vice-presidente da Amec disse que, agora, o mercado aguarda para conhecer o número que será dado para a baixa contábil da Petrobras em relação aos efeitos da corrupção. Segundo ele, dependendo do número que vier no balanço auditado, se ficar muito distante do aguardado pelo mercado, “poderá acabar de afugentar os investidores da Petrobras”.

Gordon destaca, por outro lado, que a divulgação desse numero poderá trazer um bom momento de curto prazo para a Petrobras, por tirar uma grande incerteza que ronda a companhia.

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