Alta generalizada de preços assusta Dieese

São Paulo – O custo de vida na cidade de São Paulo em abril teve uma alta de 0,5%, de acordo com o Índice do Custo de Vida (ICV) calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), que está preocupado. Apesar da alta, a inflação foi menor que a taxa de março (0,81%). As maiores pressões vieram dos grupos alimentação (1,05%) e saúde (0,81%).

No grupo alimentação, os destaques ficaram por conta dos produtos in natura e semi-elaborados, com variação de 0,30%. O segmento de alimentação industrializada subiu 1,67%, e a alimentação fora do domicílio, 1,43%. No grupo saúde, o aumento resultou dos reajustes nos preços de medicamentos, em 5,83% na média. De acordo com o Dieese, o preço dos medicamentos deverá subir 1,43% na média em maio.

A composição da inflação preocupou mais a coordenadora do índice, Cornélia Nogueira Porto, do que a taxa em si. Os reajustes acima de 1% atingiram no mês passado 38% dos itens que compõem o ICV, ante uma média de 26% a 27% no mês anterior. ?É o maior porcentual de itens que receberam aumentos acima de 1% dos últimos 16 meses?, afirmou.

Segundo Cornélia, a desaceleração da inflação de março para abril justifica-se pelo fato de no mês passado não ter sido registrado nenhum aumento forte e localizado, como o do ônibus. Por outro lado, explicou a coordenadora, a disseminação de reajustes acima de 1% para 38% de todos os itens que compõem o ICV pode ser resultado de uma contaminação da estrutura de preços, até mesmo pelos aumentos de tarifas como a do próprio ônibus.

?Isso preocupa porque é o tipo de inflação mais difícil para se combater. Se o aumento da inflação decorre de um reajuste grande em um serviço público, por exemplo, podem ser feitas negociações no sentido de atenuar o repasse para os demais preços. Mas não dá para negociar com todos os setores envolvidos num movimento generalizado de altas de preços.?

Um segmento que está aproveitando para recompor perdas decorrentes dos aumentos de custos nos últimos anos é o de restaurantes, na avaliação de Cornélia.

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