Alta do dólar já é sentida dentro do IPC-S, segundo a FGV

A aceleração na alta do dólar ante o real já está se refletindo com mais nitidez na inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), os preços comercializáveis, que captam a influência do câmbio, avançaram a 0,28% na primeira medição de março, após 0,18% no fechamento do segundo mês deste ano. “Já tínhamos percebido aceleração entre a terceira leitura e o final de fevereiro (de 0,14% para 0,18%). De lá para cá, tem um outro movimento (de maior pressão)”, afirmou nesta segunda-feira, 9, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, ao avaliar o indicador da primeira quadrissemana de março (últimos 30 dias terminados no sábado, 7). No período, o IPC-S acelerou a 1,26%, após 0,97% no término do segundo mês de 2015.

Ao avaliar o desempenho dos preços de bens duráveis, semiduráveis, de alimentos, consumo pessoal, higiene e limpeza dentro dos comercializáveis, Picchetti disse que a influência de alta da moeda norte-americana é notória. “É um aumento disseminado entre os grupos”, afirmou. Diante da perspectiva de continuidade de depreciação do câmbio, o economista da FGV acredita que os impactos sobre a inflação ao consumidor podem permanecer. “Com o dólar avançando, difícil não esperar (mais) algum efeito”, disse.

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