Alta de inflação por choque de oferta não preocupa, diz professor da FGV

O Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) referente à primeira semana de dezembro, encerrada no último dia 7, subiu 0 54%, o dobro da taxa de 0,27% apurada pelo mesmo indicador no fechamento de novembro. O índice confirmou o que outros indicadores de reajustes de preços mostraram anteriormente, como o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,38%, acima do esperado pelo mercado, o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que avançou 0,47% no mês passado, e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que fechou em alta de 1,05%.

Mas, de acordo com o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, esse movimento de alta dos preços não preocupa porque está associado a uma distorção, que em breve será regularizada: a sazonalidade da época, provocada pelo aumento da demanda por conta das festas de final de ano e por um choque de oferta. Tanto que, segundo ele, a maior pressão de alta da inflação apurada pelo IPC-S na primeira semana de dezembro veio do grupo Alimentação e foi movida por produtos que, passado esse momento de maior demanda, voltarão ao padrão normal.

O grupo Alimentação como um todo subiu 1,48%, ante uma alta de 0 60% no mês de novembro. As carnes bovinas foram reajustadas em 7 38%, ante uma elevação de 5,81% no fechamento de novembro. O subgrupo hortaliças e legumes mostrou uma alta de 5,04%, depois de ter sido aumentado em 2,27% no mês passado.

Com uma menor intensidade, os grupos Despesas Diversas e Transportes também contribuíram para a alta da inflação na primeira semana de dezembro. O grupo Despesas Diversas saiu de uma variação de 0,08% em novembro para uma taxa de 0,36% na primeira pesquisa de preços de dezembro. Segundo Picchetti, esta alta foi provocada basicamente pelo reajuste de 1,80% nos preços dos cigarros. Em novembro, os preços desse produto já haviam subido 0,91% e, de acordo com o coordenador, até a terceira quadrissemana de dezembro o IPC-S deverá captar o reajuste total de 3,00% no preço do cigarro. No caso do grupo Transportes, a alta foi de 0,61%, de uma variação de 0,29% em novembro. O que provocou esse aumento foi basicamente o preço do álcool combustível, que elevou o ritmo de alta de 4,51% em novembro para 8,03% nesta quadrissemana.

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