A contribuição dos alimentos para a inflação apresentou trajetória radicalmente diferente, no primeiro semestre de 2007, em relação à registrada durante o ano passado. Com alta de 3,93% acumulada de janeiro a junho deste ano, o grupo de alimentos e bebidas contribuiu com 0,81 ponto porcentual do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2,08% apurado no primeiro semestre e divulgado hoje pelo IBGE. Em todo o ano de 2006, os alimentos subiram 1,23%.
A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, explicou que o reajuste nos alimentos só não foi maior no primeiro semestre por causa da manutenção do dólar em baixos patamares. Os produtos alimentícios são muito sensíveis à variação da moeda americana, mas de acordo com Eulina foram prejudicados, no início deste ano, pelo excesso de chuva que causou problemas para os produtos in natura e, a partir de maio, pelo alta internacional nos preços do leite.
O grupo de leite e derivados acumulou um aumento de 15,42% no primeiro semestre deste ano e apresentou a maior contribuição individual (0,28 ponto porcentual) para a inflação no período. Ainda no primeiro semestre, a maior variação de preços ocorreu na cebola (94,87% e contribuição de 0,06 ponto no IPCA).
Do lado das contribuições de queda para a inflação, os principais impactos, de -0,04 ponto cada um, foram dados pelo arroz (-7,56%), frutas (-5,03%), carnes (-2,29%) e seguro de veículos (-7,84%). Em termos de magnitude, a principal redução de preços no semestre ocorreu no açúcar cristal (-15,72%).
A inflação apurada pelo IPCA no primeiro semestre de 2007 foi bem superior à captada pelo IBGE em igual período do ano passado (1,54%).