Inflação padrão Fifa

Alimentar-se fora de casa está cada vez mais caro

Sem um “padrão Fifa” de salário, morar e usufruir de itens que têm preços pressionados pela Copa do Mundo, em uma cidade que irá receber jogos, torna ainda mais difícil manter R$ 50 no bolso. Nas ruas de Curitiba, a insatisfação com a redução gradativa do poder de compra acompanha a proximidade do Mundial, mesmo que isso não seja o único motivo.

Só que enquanto a inflação acumulada entre dezembro de 2012 e fevereiro deste ano foi de 13,01% em Curitiba, de acordo com o acompanhamento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o item alimentação fora de casa acumulou 22,52 % de alta no mesmo período.

O economista do Departamento Intersindical de Economia e Estatística do Paraná (Dieese-PR), Fabiano Camargo, pondera que a dificuldade de mobilidade e a comodidade oferecida pelo serviço também contribuíram para essa disparada.

“A necessidade do empresário que investiu em seu negócio visando o lucro da Copa também somada ao aumento pela procura desse tipo de serviço fizeram o casamento perfeito para que esse item subisse muito mais do que a inflação no período”, reconhece.

Alimentação

Camargo também explica que a mão-de-obra do setor também negociou o dissídio baseada nesses números, elevando para outro patamar de preço o gasto com a alimentação fora de casa.

Por isso que é comum encontrar pessoas como a gerente comercial Sandra dos Santos Reis de Azevedo, que tem considerado “tudo caríssimo”. “Meu marido e eu pensamos duas vezes antes de comer fora de casa, pois em qualquer lugar simples, gastamos no mínimo R$ 50 na refeição”, reclama.

A refeição, segundo o IPCA, aumentou 20,83% desde dezembro de 2012, menos do que outros produtos como a cerveja, que beirou os 30% de alta (27,01%).

Talvez seja essa a razão do encarregado de manutenção, Paulo Robini dos Santos, perceber o peso da inflação na pizza do fim de semana ou “em uma saída mais caprichada”. “Onde eu como durante a semana, não creio que tenha tanta diferença, mas na pizzaria ou em um lugar mais requintado o gasto subiu muito. Hoje gasto R$ 50, no que antes gastava R$ 25”, afirma.

Dentro da meta

Pelas estimativas do Banco Central, durante os meses da Copa, junho e julho, o IPCA deve se comportar dentro da meta (6,18% em junho) e (6,51% em julho). “O período de maior tensão será em setembro pelas projeções que dão conta de uma variação de 6,62% para o mês”, aponta.

Na avaliação do economista, no que se refere a influência da Copa sobre os preços que afetam os moradores de Curitiba, o pior já passou. “As tarifas de hotel já aumentaram 19% desde 2012 e podem aumentar mais na época do evento, mas outros itens como curso de idiomas que subiram 36,95% até o mês passado tendem a estabilidade”, aponta.

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