Agronegócio, de novo, bate recorde

Foto: Arquivo

Carne – apesar dos embargos – é o que vende mais.

Brasília – As exportações brasileiras do agronegócio totalizaram o valor recorde de US$ 11,785 bilhões no primeiro trimestre deste ano, 20% acima dos três primeiros meses de 2006, quando as vendas do setor somaram US$ 9,795 bilhões. No acumulado de 2007, as importações chegaram a US$ 2,012 bilhões, um aumento de 33% em relação a igual período do ano anterior. Como conseqüência, o superávit do agronegócio nos três primeiros meses do ano foi de US$ 9,773 bilhões.

O resultado da balança comercial do agronegócio foi divulgado ontem pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os setores que mais contribuíram para o aumento das exportações foram: carnes (de US$ 1,8 bilhão para US$ 2,4 bilhões, 32,2%), complexo sucroalcooleiro (US$ 1,1 bilhão para US$ 1,6 bilhão, 40%), café (US$ 722 milhões para US$ 946 milhões, 31%) e suco de frutas (US$ 321 milhões para US$ 539 milhões, 67,9%).

A SRI destacou ainda o crescimento, no trimestre, das exportações de maçãs (445%), milho (323%), álcool etílico (108%), couro bovino semi-acabado (100%), fumo não manufaturado (80%), carne de frango industrializada (74%), suco de laranja (70%), carne bovina in natura (54%) e açúcar refinado (45,9%). Os principais destinos dos produtos brasileiros foram os países do Oriente Médio, com aumento de 58%, da África, 33,6% e União Européia, 31,6%.

Março

Com exportações de US$ 4,485 bilhões e importações de US$ 766 milhões, o superávit do agronegócio em março foi de US$ 3,718 bilhões. Na comparação com março de 2006, a exportações cresceram 12,8% e as importações 32,8%. Em valor absoluto, os setores que mais contribuíram para os aumentos das exportações no mês foram carnes (46,4%), sucos de frutas (58%), café (27,7%), fumo (57,8%), produtos florestais (5,3%) e frutas (59%).

No mês de março, o Mapa destaca ainda o aumento das exportações de carne suína e de frango, apesar do embargo da Rússia. No caso da carne de frango in natura houve um crescimento de 53% no valor exportado, saltando de US$ 238 milhões para US$ 364 milhões, resultado de um aumento de 33,6% no volume e 14% nos preços. As exportações de carne suína in natura apresentaram um aumento na receita de 97,6%, devido principalmente a um incremento na quantidade embarcada (79%).

Açúcar e álcool

Em março, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o valor das exportações do setor sucroalcooleiro recuaram 9%, devido à queda de 19,5% no valor exportado de açúcar. O volume embarcado do produto caiu 17% e os preços foram 2% inferiores. Por outro lado, as vendas externas de álcool cresceram 54,4%, com 19,3% de aumento na quantidade embarcada e 29,4% de incremento no preço médio.

Porto registra aumento na importação de trigo

A importação de trigo pelo Porto de Paranaguá cresceu mais de 10 vezes no primeiro trimestre de 2007 na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e março, foram desembarcadas 124.889 toneladas do produto, enquanto que em igual trimestre de 2006 foram importadas 11.609 toneladas. O volume registrado no primeiro trimestre de 2007 representa quase a metade de todo o trigo importado em 2003 no porto paranaense.

Mas não é só da Argentina que vem o trigo importado pelo Porto de Paranaguá. A Europa vem sendo uma das origens do produto, principalmente a partir de países como a Bélgica, de onde também vem a cevada, mercadoria que obteve um incremento de mais 390% nas importações no primeiro trimestre deste ano em comparação ao ano passado. É de olho no mercado interno brasileiro que empresas que antes não operavam com trigo passaram a atuar neste ano.

No campo, o trigo brasileiro registrou quebra de 54,2% e, por isso, o Ministério da Agricultura já garantiu subsídios para a produção. A decisão deve contribuir para a recuperação do setor, que, na safra passada, amargou quebra de 50% na produção devido à geada. Serão destinados R$ 20 milhões para subvenção. (AEN)

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