Agronegócio coleciona bons resultados

Brasília – Impulsionado pelo bom desempenho de produtos como soja e carne bovina, o superávit da balança comercial do agronegócio deverá somar este ano US$ 24 bilhões, com as exportações alcançando US$ 28 bilhões e as importações, US$ 4 bilhões. Se confirmado, o resultado será recorde. No ano passado, o superávit foi de US$ 20,3 bilhões, com exportações de US$ 24,8 bilhões e importações de US$ 4,5 bilhões.

“O saldo da balança comercial do agronegócio deverá crescer quase US$ 4 bilhões e 50% desse total virá do complexo soja”, afirmou o chefe do Departamento de Assuntos Internacionais e Comércio Exterior da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Donizeti Beraldo. A receita cambial obtida com as exportações do complexo soja entre janeiro e julho cresceu 76,6% em relação ao mesmo período do ano pasado, saltando de US$ 2,533 bilhões para US$ 4,472 bilhões.

Para Beraldo, esse crescimento se deve a dois fatores. O primeiro é o aumento da produção, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 52,209 milhões de toneladas em 2002/03, um incremento de 24,6% no ano-safra. A produção proporcionou maior excedente exportável. O segundo fator foi a alta dos preços internacionais. “Os preços do grão, por exemplo, saltaram 19,8%, de US$ 175,5 por tonelada na média dos primeiros sete meses de 2002 para US$ 210,3 por tonelada”, citou.

A alta das vendas e das cotações levará o Brasil a exportar este ano mais soja que os Estados Unidos, que eram os campeões até o ano passado. As vendas externas deverão render US$ 8 bilhões ao País, ante US$ 7,2 bilhões previstos pelos americanos. Em 2002, as exportações brasileiras do complexo somaram US$ 6 bilhões.

Beraldo lembrou que as estimativas para este ano consideram embarques normais para a China, principal mercado para a soja brasileira. Nos últimos dias, havia comentários de que a China poderia suspender as importações de soja de algumas tradings que também operam no mercado brasileiro.

Outro destaque da balança comercial será o complexo carne. Nos sete primeiros meses do ano, os embarques somaram US$ 2,078 bilhões, ante US$ 1,886 bilhão em igual período de 2002. “A receita cambial cresceu 27,8%, mesmo com a queda dos preços internacionais”, disse Beraldo.

Os preços médios de exportação de carnes caiu de US$ 1.189,5 por tonelada para US$ 1.101,6. Beraldo acrescentou que o Brasil também deve fechar o ano no posto de maior exportador mundial de carne bovina, superando a Austrália. “A Austrália registra a pior seca dos últimos 30 anos, o que deve prejudicar suas exportações”, afirmou.

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