Abiove reclama de impostos agrícolas

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Carlo Lovatelli, reclamou, nesta segunda-feira – durante exposição no 2º Congresso Brasileiro de Soja que acontece em Foz do Iguaçu – da estrutura tributária brasileira na agroindústria. “É caótica”, classificou.

Segundo ele, o Brasil é o único país do mundo a taxar a compra de grão de soja para industrializar e exportar. “A produção para exportação de farelo e óleo de soja continua onerada”, lamentou. De acordo com ele, na importação de soja no Mercosul não há tributação alguma, “diferentemente da compra de soja entre Estados brasileiros”: “Isto faz o Brasil perder espaço no mercado de valor agregado”.

Pelos números apresentados, desde 1996 o Brasil teria perdido 9% de exportação em farelo, enquanto a Argentina aumentou seu patamar em 86%. No caso do óleo, a exportação brasileira estaria estagnada, ao passo que a Argentina teve crescimento de 123%.

Além disso, Lovatelli apontou como desafios a serem vencidos a diminuição do custo de transporte, com maior aproveitamento da ferrovia e da hidrovia, e a redução das práticas protecionistas.

Ele criticou especialmente a Declaração de Doha, que “foi muito tímida para o agronegócio soja”, e a nova Lei Agrícola (Farm Bill) norte-americana. “É um retrocesso na liberalização agrícola e deve prejudicar as negociações na Organização Mundial do Comércio”, afirmou.

No entanto, o presidente da Abiove acredita que o Brasil tem também pontos positivos que poderão ajudar na solução de problemas. Entre eles estão a capacidade empreendedora, a excelência tecnológica, a tradição no fornecimento de produtos oleaginosos de qualidade e a disponibilidade de terras férteis.

O que, segundo ele, deixa aberta algumas portas para os produtores brasileiros, como a aproximação comercial com a China e a Índia e uma promissora indústria de transformação dos óleos vegetais em biodiesel.

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