É ministério novo e não vou mexer, diz Lula sobre Olívio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (09) a líderes do PMDB que pretende manter o Ministério das Cidades com o ministro Olívio Dutra e revelou que recebe pressões de prefeitos e de representantes de movimentos sociais para não fazer mudanças na pasta. "É um ministério novo e não vou mexer", teria dito Lula, conforme relato de um dos presentes à reunião realizada ontem no Palácio do Planalto. O presidente destacou a relação histórica com Olívio e o fato de ele ser o único do grupo de sindicalistas que criou o PT no primeiro escalão do governo. Integrantes de grupos divergentes dentro do partido no Rio Grande do Sul, o ministro das Cidades e o ministro da Educação, Tarso Genro, pretendem disputar pela legenda o governo do Estado, em 2006. Nesse caso, um dos dois terá de deixar a administração federal para se candidatar, no início de abril de 2006. Em conversa com Lula, Genro teria dito que não se candidatará à sucessão do governador Germano Rigotto (PMDB), mas os aliados dele políticos afirmam o contrário. Segundo interlocutores de Lula, ainda hoje permanece como forte opção a ida do ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, para a Integração Nacional, em substituição ao ministro Ciro Gomes, que iria para a Saúde. Mas a bancada do PMDB na Câmara pressiona o presidente para que Oliveira permaneça no cargo. A situação da senadora Roseana Sarney (PFL-MA) permanece indefinida, uma vez que, na equação em curso, o PP poderia ocupar o Ministério das Comunicações, se a sigla indicar um nome com perfil técnico. Roseana teve hoje uma conversa com o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), mas preferiu não fazer comentários sobre reforma. O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (AL), disse que o PMDB terá uma nova rodada de conversas com o presidente da República na próxima semana. Hoje mesmo, os líderes da agremiação na Câmara, José Borba (PR), e no Senado, Ney Suassuna (PB), se reunirão com o chefe da Casa Civil José Dirceu. "O PMDB não tem nenhuma ansiedade com a reforma", afirmou Calheiros. Em favor do chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais da Presidência da República, Aldo Rebelo, sobre o qual o PT faz pressão para tirar do Poder Executivo, Lula tem ouvido apelos do presidente do Congresso e de Mercadante.

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