Dossiê: Polícia Federal faz diligência em casa de câmbio de São Paulo

A Polícia Federal realizou na última sexta-feira operação de busca e apreensão autorizada pela Justiça Federal do Mato Grosso em uma das casas de câmbio paulistas que receberam parte do lote de US$ 15 milhões do qual saíram os US$ 248 mil apreendidos no Hotel Íbis, em São Paulo, com dois petistas. O dinheiro seria usado para comprar o dossiê Vedoin, que traria acusações contra a administração tucana no Ministério da Saúde. O nome da instituição é mantido sob sigilo. De outras oito casas de câmbio no Estado teriam saído o dinheiro para a compra do material.

A diligência foi resultado da análise da quebra do sigilo bancário das operações de câmbio feitas pelas instituições autorizadas a operar no mercado de compra e venda de dólares. A PF examina ainda ligações telefônicas dos envolvidos na trama, em especial as de Hamilton Lacerda, ex-assessor de Aloizio Mercadante (PT-SP) e apontado como o ‘homem da mala’. Segundo a polícia, Lacerda levou a Gedimar Passos, preso com parte do dinheiro, o R$ 1,75 milhão que pagaria o dossiê.

A busca não teve resultados relevantes, mas a PF fará mais diligências. Segundo uma autoridade que acompanha as investigações, a polícia está levantando antecedentes de todas as 24 casas que receberam dólares do lote de US$ 15 milhões. Já se sabe que várias estão sob investigação da própria PF, do Ministério Público Federal e do Banco Central, por conta da suspeita de prática de irregularidades, como inscrever ações de compra e venda de dólar em nome de laranjas e fantasmas. Não está descartada a hipótese de que tal prática tenha ocorrido no caso do dossiê.

A análise realizada até o momento também conduz para a suspeita de que parte desses dólares foi comprada em São Paulo. A lista das casas de câmbio inclui oito instituições sediadas no município de São Paulo, uma em Guarulhos (SP), seis no Rio de Janeiro (RJ), duas em Curitiba (PR), duas em Florianópolis (SC), duas em Porto Alegre (RS), uma em Joinville (SC), uma em Pelotas (RS) e uma em Camboriú (SC). A polícia busca identificar em qual foi feita a compra do montante apreendido. É certo que ao menos US$ 109,8 mil foram adquiridos numa mesma instituição, pois apresentam números de série em seqüências próximas.

Amanhã, Curado recebe extenso relatório da Diretoria de Inteligência da PF contendo resultado do cruzamento dos dados obtidos a partir da quebra do sigilo telefônico dos envolvidos com nomes identificados na quebra de sigilo bancário.

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