Dívida interna brasileira cresce 1,35% de agosto a setembro

Brasília – A dívida pública mobiliária federal interna (DPMFi). expressa em títulos do Tesouro Nacional e do Banco Central, cresceu 1,35% no mês de setembro em comparação a agosto. Com isso, a dívida atingiu R$ 933,22 bilhões.

Os números foram divulgados hoje (24) pelo coordenador-geral de Operações da Divida Pública, Paulo Fontoura Valle. O economista do Tesouro Nacional disse que a evolução foi causada pela emissão líquida de títulos e pelo pagamento de juros da dívida.

Ele considerou o aumento "normal", dentro de padrões técnicos definidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), que estima dívida mobiliária entre R$ 940 bilhões e R$ 1 trilhão no final do ano. Portanto, o aumento de R$ 201,79 bilhões no ano, equivalente a 27,59%, está de acordo com as previsões, segundo ele.

Paulo Valle destaca que mais importante na avaliação da dívida líquida é a tendência de queda, comparada ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país. A relação dívida/PIB, que era de 57,2% em dezembro de 2003, caiu para 51,7% no final do ano passado, e deve encerrar este ano em 51,60% nas previsões do mercado financeiro, conforme boletim Focus divulgado hoje pelo BC.

Ele explicou que as emissões de títulos somaram R$ 38,3 bilhões em setembro, contra resgates líquidos de R$ 36,4 bilhões, o que resultou em expansão monetária de quase R$ 2 bilhões. Dos resgates, R$ 25,2 bilhões se referem a vencimentos no mês, enquanto R$ 11,1 bilhões resultaram de operações de troca/venda antecipadas a vencerem em outubro.

De acordo com Paulo Valle, mais importante que analisar a dívida como um todo é avaliar o alongamento dos prazos de vencimento e a melhoria da composição da dívida para reduzir o risco-país. Segundo ele, a parcela de títulos públicos federais a vencer nos próximos 12 meses reduziu-se de 42,71% do total, em agosto, para 41,02%.

Isso equivale a R$ 382,83 bilhões, dos quais R$ 145,97 bilhões correspondem a títulos com rentabilidade prefixada, R$ 200,97 bilhões têm correção pela taxa Selic, R$ 23,03 bilhões são corrigidos por índices de preços, R$ 10,95 bilhões estão atrelados à variação cambial e R$ 1,91 bilhão são de operações vinculadas à Taxa Referencial (TR).

De acordo com relatório conjunto do Tesouro e do Banco Central, as operações de Mercado Aberto, realizadas todos os dias pelo BC, com o objetivo de reduzir a liquidez bancária, retirou R$ 7,6 bilhões do sistema no mês, de modo a encerrar setembro com R$ 41,73 bilhões, elevando a dívida total em títulos para 974,95 bilhões.

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