Diretor do Dieese defende política permanente de valorização do mínimo

Brasília – O diretor do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese), Clemente Gans Lúcio, defendeu nesta sexta-feira (6) uma política constante de reajuste para o salário mínimo até 2023. ?Ganham os trabalhadores, que terão uma renda melhor, ganham as empresas, porque os trabalhadores consumirão e terão um efeito dinâmico positivo sobre as empresas, e ganha a sociedade brasileira, que diminui as desigualdades sociais e econômicas, que são tão graves no nosso país?, afirmou em entrevista à Rádio Nacional do Rio de Janeiro.

O projeto que cria uma política de valorização do salário mínimo espera análise do Congresso. A proposta prevê que a correção do salário mínimo será feita com base na variação da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas do país, de dois anos anteriores. Por exemplo, o reajuste de 2008 será calculado pelo índice dos 11 meses anteriores mais a taxa de crescimento real do PIB de 2006. A previsão é que em 2011 novas regras sejam definidas levando-se em conta a avaliação do resultado da medida.

Desde o dia 1º de abril, o salário mínimo passou de R$ 350 para R$ 380, um reajuste de 8,57%. De acordo com o diretor do Dieese, o aumento atinge mais de 40 milhões de pessoas direta ou indiretamente. E tem um efeito positivo para a economia do país. ?Estimamos que esse aumento vai injetar na economia através da renda, da remuneração dessas pessoas, mais de R$ 16 bilhões?, disse.

Segundo Clemente Gans, nas regiões mais pobres, como a Nordeste – quase 50% da população -, a renda é relacionada ao salário mínimo. E que a capacidade de consumo e o desempenho da venda, por exemplo, no setor do comércio, é superior no Sul e Sudeste. ?Porque naquela região o salário mínimo tem uma importância muito maior. Melhorando o salário mínimo as pessoas têm mais capacidade de consumo?, avaliou.

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