Dinheiro que favoreceu PT veio de uma estatal, diz Serraglio

O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), informou há pouco ter descoberto a fonte dos empréstimos do Banco BMG que, através do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, beneficiaram o Partido dos Trabalhadores. Segundo Serraglio, uma estatal, que ele não quis identificar, transferiu um total de R$ 58,3 milhões a Valério por serviços que as empresas do publicitário na realidade não chegaram a prestar. Boa parte desses recursos foi repassada ao PT.

De acordo com o relator, numa primeira operação, essa estatal repassou R$ 35 milhões a Valério, que imediatamente fez uma aplicação de R$ 10 milhões no BMG. Quase que simultaneamente o banco fez a ele um empréstimo de R$ 10 milhões, recursos que acabaram sendo transferidos ao PT. Em outra data, Valério recebeu R$ 23,3 milhões da estatal e aplicou R$ 19 milhões no BMG que, imediatamente, emprestou ao R$ 19 milhões ao empresário.

Para Serraglio a coincidência de datas e valores indicam que se tratavam de operações camufladas. "Descobrimos que os empréstimos, na verdade, não era empréstimos. Eram operações de repasse de dinheiro da estatal", disse o relator.

O deputado disse que talvez ainda hoje possa divulgar o nome da estatal que fez os repasses. As estatais que tinham maiores contas de publicidade com as empresas de Marcos Valério eram os Correios e o Banco do Brasil e, em valores menores, a Eletronorte. Serraglio disse ainda que pediu à Polícia Federal para monitorar o telefone dele e do todos os sub-relatores da CPI, que temem estar sendo "grampeados". "Não tenho medo, porque não tenho nada a esconder. Mas não consigo falar com mais ninguém porque o telefone cai a toda hora", disse o deputado.

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