Dilma Rousseff assiste vitória da seleção em Paris

Foto por: Miguel Medina

A candidata governista à presidência do Brasil, Dilma Rousseff, festejou nesta terça-feira, em Paris, a primeira vez vitória da seleção brasileira na África do Sul, ao lado de centenas de compatriotas e simpatizantes do PT, alguns dos quais a receberam aos gritos de “Dilma presidente”.

“Estou muito contente. Felizmente vencemos”, garantiu Dilma a jornalistas, após o final da partida entre Brasil e Coreia do Norte (2-1), que no primeiro tempo manteve inquieta e tensa esta mulher de 62 anos que aspira à eleição à presidência.

Durante sua estada em Paris, como parte da primeira viagem à Europa desde que o Partido dos Trabalhadores oficializou sua candidatura há alguns dias, e que será concluída no domingo em Portugal, “Dilma” será recebida no Palácio do Eliseu pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy nesta quarta-feira.

O objetivo do encontro de meia-hora que será mantido com o presidente francês será transmitir a ele o interesse de “dar continuidade à aliança estratégica” entre os dois países.

Antes, a candidata vai conceder entrevista ao jornal francês Le Monde, para depois se reunir com a primeira-secretária do opositor Partido Socialista francês (PS), Martine Aubry que, como ela, aspirar a ser a candidata de seu partido nas eleições presidenciais francesas de 2012.

A visita à França é para “apresentar-se formalmente” como “a candidata de Lula” à presidência do Brasil, disse à AFP Laercio Portela, assessor de imprensa de Dilma Rousseff.

Vestida com a camisa do Brasil, Dilma chegou pouco antes das 20H30 local (15H30 de Brasília) ao “Cabaret Sauvage”, uma sala em forma de arena integralmente revestida de vermelho no interior, localizada no parque cultural urbano de La Villette, no norte de Paris, onde horas antes já podiam ser ouvidos os tambores de uma potente batucada.

Acompanhada pelo secretário-geral do PT, José Eduardo Cardoso, Dilma Rousseff passou nos primeiros minutos um pouco despercebida já que, quando começou a partida, os assistentes abandonaram as tarefas e ficaram em um silêncio profundo e respeitoso observando a bola, que começava a rolar pelo campo.

Instalada em um setor “VIP”, separada por cercas da multidão, a candidata seguiu a partida transmitida por um telão junto com a comitiva, com uma grande bandeira brasileira ao fundo.

Ainda que pessoas próximas da candidata tenham evitado qualificar este evento de primeiro ato de campanha no exterior, Dilma não teve dúvidas e se pôs de pé com os braços para o alto na hora de festejar o primeiro gol marcado pela seleção.

“Vim por duas coisas: pela partida e por ela”, comentou Ana Paula, uma modelo de São Paulo que mora há oito anos em Paris.

Após o fim da partida, na qual o Brasil saiu vitorioso, Dilma Rousseff, que durante a partida teve contato apenas com um grupo pequeno de pessoas, abandonou o salão seguida por jornalistas e câmeras.

A quatro meses das eleições, as intenções de voto a favor da candidata petista parecem estar aumentando. As últimas pesquisas dão um empate com seu principal adversário, o ex-governador de São Paulo, José Serra, do Partido da Social Democracia (PSDB).

“O importante é vencer respeitando o adversário”, sustentou Dilma, enquanto caminhava até o carro que a levaria ao centro de Paris, ao mesmo tempo em que centenas de compatriotas, dos 80 mil que vivem na França e que possivelmente votarão em outubro, ocupavam a pista de dança.

“Quem seria a Coreia do Norte nas eleições de outubro?”, perguntou um jornalista à candidata do PT, economista, ex-guerrilheira que sofreu com prisão e tortura, ex-ministra de Lula, dona de um temperamento explosivo e que superou um câncer há menos de um ano, que respondeu apenas com um sorriso.