Devanir Ribeiro comemora absolvição de Professor Luizinho

O deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) comemorou hoje a absolvição do deputado Professor Luizinho (PT-SP), que teve a cassação do mandato rejeitada ontem (08) pela Câmara dos Deputados, por 253 votos a 183.

"Meu sentimento é de alegria, não só meu, mas também do nosso partido", disse Ribeiro, que é um dos fundadores da legenda e amigo de Professor Luizinho e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de mostrar-se entusiasmado com o resultado, Ribeiro negou, insistentemente, a existência de algum tipo de acordo entre a sigla e o PFL para que fossem absolvidos na votação de ontem tanto Professor Luizinho quanto o deputado Ricardo Brant (PFL-MG).

"Se houve acordo, foi no Conselho de Ética", rebateu, afirmando que o órgão estaria arquitetado de forma a recomendar a cassação de todos os deputados envolvidos no escândalo do "mensalão", sem que seja feita uma avaliação caso a caso.

"O que há é um sentimento na Casa contra as CPIs (comissões parlamentares de inquérito) e contra o Conselho de Ética", acrescentou. Ribeiro disse ainda que a tese de uma união entre as duas agremiações em qualquer circunstância é "impossível", considerando a rivalidade e as diferenças políticas do PT e PFL.

O deputado do PT de São Paulo defendeu os petistas envolvidos no esquema de caixa dois de campanha, jogando para a legislação eleitoral e às falhas do sistema político brasileiro a responsabilidade pelas irregularidades cometidas.

Ribeiro destacou que, até agora, não foi provada a existência do "mensalão" e tratou como uma "tradição brasileira" o fato de parlamentares terem de buscar com amigos e entidades o dinheiro para financiar as campanhas eleitorais.

"Nós não fizemos a reforma política e deu no que deu", disse. "A legislação brasileira é a responsável por todos os desmandos que ocorreram na eleição." Sobre a necessidade de uma reforma política, o deputado do PT defendeu, por exemplo, a extinção do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a transferência de casos de irregularidades cometidas por parlamentares para a Justiça comum. Além disso, contestou o fato de os parlamentares darem a palavra final sobre a cassação de mandatos dos colegas. "Eu acho que deputados e senadores não foram eleitos para cassar uns aos outros."

Segundo Ribeiro, uma das maiores dificuldades do atual sistema é o fato de parlamentares enfrentarem um julgamento político em vez de técnico e jurídico. O deputado, que divide um apartamento em Brasília com Professor Luizinho, esteve ontem na festa realizada na residência deles para festejar o resultado da votação.

De acordo com Ribeiro, a reunião contou com a presença de parlamentares, familiares e amigos de Professor Luizinho. Na lista, estavam, por exemplo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), além do líder do partido na Câmara, Arlindo Chinaglia (SP).

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