Desenvolvimento deve ser questão nacional, diz Rebelo

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, defendeu hoje (15) que o desenvolvimento econômico do país seja encarado como um projeto nacional de maneira semelhante ao que ocorreu com a abolição da escravatura e a criação da República.

"Não é um debate que possa ser adotado simplesmente por um partido, por uma facção porque esteja no governo ou na oposição. É um debate que interessa a todos os brasileiros. É um debate de todos os partidos, de todas as correntes políticas e ideológicas", afirmou, na abertura do seminário Caminhos do Crescimento, promovido pela Câmara.

O evento prossegue até amanhã e é uma iniciativa do próprio presidente da Câmara. Ele destacou que o objetivo não é julgar a política econômica de governos anteriores ou do atual. Nenhum representante do governo foi convidado para participar dos debates.

Aldo Rebelo fez críticas à política econômica dos últimos anos, que, segundo ele, vem sendo conduzida por dirigentes que têm "medo de crescer", resultando em taxas de crescimento "discretas". Para o deputado, o controle da inflação não pode mais ser usado como argumento ou pretexto para impedir mudanças. "Alguns países há décadas têm taxas de crescimento próximas dos 10% ao ano enquanto o Brasil mantém níveis claudicantes em torno de 2% a 3% ao ano", disse.

O deputado reconheceu que o Brasil ainda trabalha para consolidar sua democracia, mas disse que esse processo não pode impedir o crescimento. "Não vivemos turbulências políticas, regimes de quase guerra civil igual a países que, mesmo diante dessa situação interna de quase comoção, têm mantido taxas de crescimento maiores do que a nossa e têm também mantido taxas de juros menores do que a nossa", argumentou.

Para Aldo, recentemente tem ocorrido uma tentativa de cavar um abismo entre a economia e a política. "A economia seria dirigida por uma espécie de pensamento único, prisioneiro de uma racionalidade que desconhece a política, que desconhece o drama social das comunidades nacionais", concluiu.

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