Desembolsos do Finame, do BNDS, cresceram 4,3% neste ano

Rio – Os desembolsos da linha de crédito Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), usada para compra de máquinas e equipamentos, cresceram 4,3% em 2005, totalizando R$ 12 bilhões. O resultado ficou bem abaixo do aumento nas liberações em 2004 nesta mesma linha de crédito, que foi de 32,57% ante 2003.

A linha Finame serve como termômetro para avaliar o apetite do empresariado por novos investimentos. Para o diretor da Área de Inclusão Social e de Operações Indiretas do banco, Mauricio Borges Lemos, o desempenho do Finame foi bom, mas poderia ter sido melhor, não fossem os resultados ruins das liberações para o setor agropecuário, que viveu em 2005 um dos seus piores anos, em termos de investimento.

Ao detalhar o desempenho da linha de crédito, o executivo informou que as liberações do Finame para setores não agrícolas cresceram 45% em 2005 ante o ano passado, totalizando R$ 9,8 bilhões. Esse bom resultado deve-se principalmente ao Modermaq, programa criado pelo banco no final de 2004 e que já contabilizou desembolsos de R$ 1,7 bilhão em 2005.

"Houve um avanço, um crescimento de investimentos da indústria, principalmente caminhões. Nunca financiamos tantos caminhões como agora", disse. O executivo aproveitou a ocasião para rebater as críticas que o Modermaq recebeu ao longo de 2005 quando muitas vezes era classificado como um programa "que não decolava". A partir de abril, quando o programa foi totalmente reformulado, inclusive redução na taxa de juros, os pedidos começaram a aparecer. "O programa decolou sim, estamos vendo os resultados agora", disse o diretor.

Mas o cenário é bem diferente nos desembolsos do Finame voltados para o setor agrícola. Segundo Borges Lemos, os desembolsos para aquisição de máquinas e equipamentos destinados à agropecuária caíram 52,17% em 2005, ante o ano passado, somando R$ 2,2 bilhões.

"É preciso lembrar os problemas enfrentados pelo setor agrícola este ano", disse. Ele observou que o setor teve que lidar com queda nos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional; valorização cambial derrubando rentabilidade das exportações, e estiagem no Rio Grande do Sul.

Além disso, o setor agrícola teve, em 2005, um período de "baixa cíclica" na aquisição de equipamentos visto que, em 2004, houve um grande "boom" na compra de máquinas para o campo, que conduziu a uma verdadeira renovação no maquinário do setor rural. Por isso, não haveria necessidade de efetuar novas compras de máquinas e equipamentos este ano, visto que as aquisições já foram realizadas.

Operações indiretas

Segundo Borges Lemos, o "grosso" das operações da linha Finame são financiamentos indiretos, ou seja, que contam com agentes financeiros para repassar os recursos do banco. Em 2005, as operações indiretas de financiamento do BNDES totalizaram R$ 15,7 bilhões, montante 6% superior ao registrado no ano passado.

Voltar ao topo