Desembolsos do BNDES para exportações vão superar o previsto

Rio – O diretor das Áreas Industrial e de Comércio Exterior do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Armando Mariante, disse hoje (28) que os desembolsos da instituição para as exportações neste ano deverão superar o orçamento inicialmente previsto (US$ 4,5 bilhões) e atingir cerca de US$ 5 bilhões até dezembro.

Até agora, segundo Mariante, já foram liberados aproximadamente US$ 3,5 bilhões para operações de financiamento às exportações, com destaque para o setor de bens de capital, incluindo aeronaves e serviços de engenharia, e o de bens de consumo.

O diretor do BNDES participou, à tarde, de mesa-redonda para discutir os entraves na oferta do comércio exterior, durante conferência do Banco Mundial (Bird) intitulada "Trade for Development:Make it Happen". Na opinião dele, logística e infra-estrutura ainda são o principal entrave "do lado de fora das empresas", respondendo por um percentual alto no preço dos produtos brasileiros.

A resposta para esses obstáculos, acrescentou, pode estar no programa de Parcerias Público-Privadas (PPPs), a partir do próximo ano: "Agora estão dados os sinais para que os projetos decolem e em 2006, com o fundo garantidor, os investimentos vão acontecer". Internamente, Mariante indicou que as empresas têm de ampliar a qualidade, gestão, inovação e tecnologia, "porque isso vai se traduzir em competitividade".

Em relação à inovação, o diretor destacou que o Brasil tem cerca de 250 incubadoras, com 3 mil empresas emergentes de micro porte. Nesse cenário, informou, o papel do BNDES é ofertar financiamento, tanto para a produção como para as exportações. E sobre as taxas de juros no mercado, lembrou que "são altas e isso pode ser um fator constrangedor para as empresas sem condição de acesso ao BNDES".

Mariante preferiu não comentar a redução da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) praticada pela instituição nas operações de financiamento ? e defendida pelo presidente do banco, Guido Mantega, como forma de estimular o investimento. Embora atribuísse a Mantega a tarefa de falar sobre o assunto, o diretor admitiu que "se a taxa Selic continuar no processo declinante e a TJLP não acompanhar, o financiamento do banco pode começar a ficar caro para o empresariado".

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