O deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE) criticou a decisão dos líderes partidários de empurrar para depois da votação da reforma política a discussão sobre medidas de combate à corrupção. Coordenador da Frente Parlamentar contra a Corrupção, ele disse que começará desde já a sistematizar as propostas existentes no Congresso e, ao mesmo tempo, ouvirá sugestões de representantes da sociedade. Segundo o deputado, a frente fará um trabalho "paralelo e convergente" ao do grupo formado pelos líderes partidários para discutir o assunto.
Paulo Rubem disse que o debate não deve ficar restrito aos líderes. "Há líderes de partidos que tiveram parlamentares cassados ou de partidos cujos figurões estão envolvidos em algumas investigações. Muitos deles acabam se preocupando em discutir cargos, sempre cargos vistosos e que muitas vezes acobertam interesses ilícitos", criticou Paulo Rubem, sem citar nenhuma legenda.
Em reunião da bancada do PT na tarde desta terça-feira (29), não houve consenso sobre as medidas anticorrupção que serão defendidas pelo partido. O deputado Geraldo Magela (DF) havia divulgado uma lista de 21 propostas que seria discutida na reunião do PT na Câmara. No entanto, o assunto não entrou em pauta. Entre as propostas apresentadas estão o fim das emendas individuais ao Orçamento; o fim da reeleição para cargos do Executivo e o limite de dois mandatos consecutivos no Legislativo; a legalização da prática do lobby; o financiamento público de campanha e a proibição a qualquer servidor de receber presentes, vantagens ou benefícios.