Demitidos da Varig pedem mais dois meses de seguro

Os sindicatos nacionais dos aeronautas e aeroviários estão pedindo que o governo aumente em dois meses o período de pagamento de seguro-desemprego para os demitidos da Varig. O pedido está na carta enviada pelos sindicatos ao ministro do Trabalho, Luiz Marinho.

"Queremos a extensão do seguro-desemprego, como tiveram os setores cujas exportações estão prejudicadas pelo câmbio", disse a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziela Baggio, referindo-se à decisão recente do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) de dar duas parcelas extras do auxílio para setores como o de calçados, muito afetado pelo câmbio.

Os sindicatos esperam para esta semana uma resposta do ministério. Na carta, eles pedem também a intervenção do governo para que a Varig pague em 10 dias salários atrasados e as rescisões de contrato de trabalho. Na sexta-feira passada, a empresa demitiu 5.500 funcionários, de um total de 9.485.

O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro convocou para amanhã uma reunião com os sindicatos, a Varig e a VarigLog, nova dona da empresa, para discutir o assunto. Pelo plano de recuperação aprovado pelos credores, o pagamento cabe à velha Varig e não à VarigLog, que assumiu a parte operacional da companhia.

"A Varig garantiu ativos suficientes para pagar credores. Só que não há expectativa de recebimento desses ativos rapidamente", afirmou Graziela. Uma esperança dos aeronautas é que os governos de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia emitam títulos para pagar os créditos do ICMS que ficaram com a Varig. Contando apenas esses Estados, os créditos somariam cerca de R$ 220 milhões.

"Mesmo vendendo com 30% de deságio aos bancos, esses títulos seriam suficientes para pagar as dívidas que a empresa fez no período da recuperação extrajudicial com os trabalhadores, que acreditamos estar abaixo de R$ 100 milhões." De acordo com Graziela, o desemprego dos trabalhadores da Varig deve ser temporário, já que o setor aéreo está crescendo a um ritmo estimado entre 20% e 23% no primeiro semestre.

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