Delegado quer impedir que ex-ministro Antonio Palocci saia do País

O delegado seccional de Ribeirão Preto (SP), Benedito Antonio Valencise, afirmou hoje que vai pedir "aos órgãos federais competentes" que impeçam uma eventual viagem do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci ao exterior. O delegado explicou que a saída de Palocci do Brasil para um período de férias, por exemplo, dificultaria o trabalho da polícia e o encerramento do inquérito que apura irregularidades envolvendo o ex-ministro nos contratos de serviço de limpeza urbana de Ribeirão Preto à época em que ele era prefeito local.

"Vamos solicitar à Polícia Federal e ao Poder Judiciário de uma maneira formal, que ele (Palocci) não tenha, por exemplo o passaporte liberado para viagens, o que atrapalharia nosso trabalho", afirmou o delegado. "Ele (Palocci), como investigado, terá que estar à disposição da Justiça", disse.

Até ontem, Palocci tinha foro privilegiado por ser ministro e só poderia ser ouvido depois que o processo fosse encerrado pela polícia, assim mesmo pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda esta semana, Valencise espera intimar o ex-ministro para que ele preste depoimento no inquérito pelo qual, conforme o delegado já admitiu, será indiciado pelos crimes de falsidade ideológica, peculato, corrupção de agentes públicos, formação de bando ou quadrilha e superfaturamento. Os crimes são investigados a partir do contrato do lixo firmado pela prefeitura com o Grupo Leão Leão durante o segundo mandato de Palocci (2001-2002) e o de seu sucessor, Gilberto Maggioni (2003-2004).

Ainda segundo o delegado, Palocci poderá ser ouvido em Ribeirão Preto ou em Brasília (DF), onde mantêm residência atualmente. Em Brasília ele poderá prestar depoimento e indiciado pela polícia local por meio de carta precatória, ou ainda pelo próprio delegado da cidade paulista, que iria à capital federal. "Esperamos agilizar isso logo para terminar o inquérito em, no máximo, um mês", concluiu Valencise.

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